Jornal: Investigação vê mais irregularidades e complica Blatter e Platini

O jornal The Mail on Sunday informou na edição deste domingo que a investigação levou a novas descobertas na relação entre Joseph Blatter e Michel Platini. De acordo com a reportagem, um dirigente do comitê de ética da Fifa está “espantado” com o que apurou, e que, caso comprovadas as irregularidades, a punição de ambos pode aumentar.

Suspensos preventivamente por 90 dias (com possibilidade de extensão de 45 dias), Platini e Blatter correm risco de serem banidos do futebol se os indícios de novas ações ilícitas forem materializados. O conteúdo da investigação não é revelado.

“Isso é muito mais grave do que qualquer um pode imaginar”, avisou uma fonte ao jornal.

“A realidade é que isso está muito acima da falta de ética. Isso beira a uma ação de criminosos. Eu nunca vi uma situação como essa”, prosseguiu.

Para Blatter, ser afastado da Fifa não trará grandes consequências, pois o dirigente suíço já avisou que 2016 será seu último ano na Fifa. A princípio, Blatter retoma o comando da entidade no começo de janeiro, ficando até 26 de fevereiro, quando está marcada eleição presidencial.

Já para Platini, um segundo fato grave pode representar o fim dos planos rumo ao trono da Fifa. Presidente da Uefa, o ex-jogador francês era considerado o principal nome a suceder Blatter na Fifa. Mas a descoberta do valor recebido das mãos de Blatter causou enorme estrago na campanha de Platini.

O comitê de ética da Fifa abriu processo contra Blatter no dia 5 de outubro para investigar a liberação de 2 milhões de francos suíços (cerca de R$ 8 milhões) para pagamento a Michel Platini. O dinheiro pertencia à Fifa e, segundo Blatter, foi entregue a Platini por serviços prestados de 1999 a 2002. O pagamento ocorreu em fevereiro de 2011, nove anos depois dos serviços supostamente prestados.

Blatter sustenta que Platini foi colaborador da Fifa. Já o dirigente da Uefa defende que o dinheiro foi recebido legalmente.

Blatter também é investigado por apropriação indébita. Ele teria repassado a Jack Warner contrato de TV de Copas do Mundo por US$ 600 mil. Posteriormente, Warner, que presidia a Concacaf, revendeu os direitos por US$ 20 milhões. Acusado de corrupção, Warner foi banido do futebol.