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Marin deixa a Suíça após 5 meses detido e é levado para prisão nos EUA

José Maria Marin deverá ficar preso em regime domiciliar, em Nova York - Felipe Dana-27.mar.2014/AP
José Maria Marin deverá ficar preso em regime domiciliar, em Nova York Imagem: Felipe Dana-27.mar.2014/AP

Do UOL, em São Paulo

03/11/2015 15h43Atualizada em 03/11/2015 19h34

José Maria Marin chegou aos Estados Unidos nesta terça-feira (3), de acordo com o informado por pessoas que trabalharam em sua defesa na Justiça. O ex-presidente da CBF estava preso na Suíça desde o dia 27 de maio e aceitou ser extraditado no último dia 28 de outubro. O cartola é acusado de corrupção em contratos televisivos de futebol.

Agenda mostra que Marin terá sua primeira audiência nesta quarta - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução


Sua primeira audiência estava marcada para 13h (10h no horário de Nova York) de quarta-feira, com o juiz Raymond Dearie, conforme mostrava o site da corte em que ele seria julgado. A agência de notícias AFP, no entanto, informou que a sessão que envolvia o ex-presidente da CBF foi alterado e começou no fim da tarde desta terça-feira. 

O site da corte de Nova York, inclusive, retirou o nome de Marin do calendário de audiências desta quarta. 

Para o voo, o procedimento normal do FBI é levar o ex-dirigente em um voo comercial, algemado e com o acompanhamento de autoridades americanas.

"Marin foi acompanhado de dois oficiais de polícia dos Estados Unidos para Nova York, saindo de Zurique", afirmou Folco Galli, representante da Justiça suíça, via e-mail.

Agora nos Estados Unidos, Marin conversará com autoridades locais para tomar conhecimento das próximas etapas que precisará cumprir. A primeira delas será uma conversa onde ele mostrará se está ou não disposto a assumir eventuais delitos ou se vai se declarar inocente. Seu julgamento será em Nova York.
 
Quanto mais ele colaborar com a Justiça, mais benefícios poderá receber. Se realizar uma 'delação premiada' e indicar pessoas que agiram com ele nas eventuais infrações, Marin poderá conseguir prisão domiciliar, por exemplo. Para isso, o cartola terá de utilizar uma tornozeleira eletrônica.

Ele também não poderá sair do país e poderá ter o direito de esperar em casa porque possui residência em Nova York. 
 
Caso não assuma a culpa alguma, o ex-presidente da CBF seguirá nos Estados Unidos, muito provavelmente em uma prisão, aguardando o processo contra ele. Não há previsão de término. Aos 83 anos, ele pode até ter alguns benefícios por causa da idade, como o fato de alegar que não tem disposição para armar um plano de fuga para o Brasil.

O brasileiro era o único dos sete dirigentes presos em maio que ainda aguardava resposta da Justiça suíça sobre o pedido de extradição. Além de Marin, apenas o ex-vice-presidente da Fifa Jeffrey Webb aceitou ser entregue para os Estados Unidos, sendo extraditado no dia 15 de julho. Os demais optaram por entrar com recursos contra a decisão e aguardam resposta do Tribunal Penal Federal.

A lista completa de dirigentes detidos no escândalo inclui, além de Marin e Webb, Julio Rocha (ex-presidente da Federação de Futebol da Nicarágua), Costas Takkas (ex-dirigente da Concacaf), Eduardo Li (ex-presidente da Confederação da Costa Rica), Eugenio Figueredo, (ex-presidente da Conmebol) e Rafael Esquivel (ex-presidente da Federação Venezuelana de Futebol).