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Beckenbauer explica contrato com ex-dirigente da Fifa: "um pacote de ajuda"

Flávio Florido/UOL
Imagem: Flávio Florido/UOL

Do UOL, em São Paulo

20/11/2015 22h15

Franz Beckenbauer se defendeu e tentou explicar um possível envolvimento seu para decidir sobre a escolha da Alemanha para sediar a Copa do Mundo de 2006. Beckenbauer contou ao jornal Sueddeutsche que o contrato que ele firmou com Jack Warner, ex-Fifa, antes da Alemanha ser escolhida como sede da Copa foi um “pacote de ajuda para o futebol” e não era relacionado a esquema algum para que o país fosse sede do Mundial.

Beckenbauer, que foi o presidente da Comitê Organizador de 2006, ainda ressaltou que outras pessoas da Fifa também pediam favores. “Olhando hoje, muitas coisas parecem engraçadas e eu não faria do mesmo jeito. Mas queríamos o bem, naquele momento”, disse.

Jack Warner foi vice-presidente da Fifa e acabou banido do futebol por conta das investigações sobre esquemas de corrupção envolvendo a entidade. O ex-dirigente da Fifa e ex-presidente da Concacaf teria pedido a os licitantes alemães antes do país ser eleito sede da Copa de 2006 para que “fizessem algo por sua confederação se eles fossem amigos”.

Warner supostamente mostrou aos alemães um centro treinamento co-financiada pela Fifa e Inglaterra, que também foi a licitação para a Copa do Mundo de 2006. Alemanha venceu a licitação por um voto sobre a África do Sul.

Beckenbauer disse que o acordo com a Warner foi assinado antes da votação em 2000 e foi concebido como "um pacote de ajuda ao desenvolvimento do futebol com possibilidades de venda de bilhetes”.

O ex-dirigente também alegou inocência em relação ao projeto de contrato duvidoso de 2 de julho de 2000, ou seja, quatro dias antes da escolha da sede, no qual se encontram sua assinatura e a de Jack Warner, ex-vice-presidente da Fifa e ex-presidente da Concacaf, banido da entidade que rege o futebol por corrupção.

Sobre contratos assinados na época, o ex-dirigente tentou justificar. "Sempre fui de assinar facilmente, sem olhar”. "Perguntem a Karl Hopfner sobre meus 15 anos na presidência do Bayern de Munique. Ele era o encarregado das finanças. Vocês não vão acreditar que eu não li um documento sequer. Vocês não vão acreditar, mas era assim. Quando confio em alguém, eu assino sem olhar", completou negando também compra de votos.

“Nós não tínhamos nenhum dinheiro”, ressaltou.

O ex-craque da seleção alemã confirma o pagamento de 6,7 milhões de euros da Federação do país à Fifa, mas diz ignorar o contexto e para quê foi usada a quantia.

"Nunca perguntamos, talvez este tenha sido o nosso erro", lamentou Beckenbauer, insistindo: "Queríamos organizar a Copa do Mundo, o resto não me interessava".

Imprensa alemã disse que Beckenbauer tentou subornar Concacaf

A imprensa alemã afirmou há dez dias que o ex-jogador alemão tentou subornar a Concacaf quatro dias antes da Alemanha ser escolhida como sede da Copa do Mundo de 2006.

O ex-jogador teria assinado um documento que reforça as suspeitas sobre ele. Segundo os jornais "Bild" e "Süddeutsche Zeitung", na papelada havia também a rubrica de Fedor Radmann, responsável pelas finanças da Concacaf, na época, comandada por Jack Warner, banido do futebol por conta do envolvimento nos últimos grandes escândalos de corrupção da Fifa.