Laor diz que estava hospitalizado quando demitiu Dorival do Santos em 2010
O ex-presidente do Santos, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, demitiu o técnico Dorival Júnior em 2010 diante de circunstâncias inesperadas: enquanto estava hospitalizado. A informação foi divulgada pelo próprio Laor, em entrevista nesta quarta-feira à ESPN Brasil.
A demissão aconteceu por conta de um desentendimento entre Neymar e Dorival. Em 15 de setembro daquele ano, durante um partida entre Santos e Atlético-GO pelo Campeonato Brasileiro, a arbitragem assinalou um pênalti para a equipe santista. Neymar quis bater, mas o técnico orientou que outro jogador fizesse a cobrança. No fim, Marcel bateu e fez o último gol da vitória por 4 a 2, em confronto na Vila Belmiro pela 22ª rodada do Brasileirão.
Por conta da indisciplina, Neymar foi punido. “Eu vi que o Neymar perdeu o equilíbrio emocional e decidiu bater o pênalti, independente da decisão do Dorival. Os jogadores reclamaram dele (Neymar). Eu não fui ao vestiário naquele jogo, porque roupa suja se lava em casa”, contou Laor. “Fui para casa, dormi angustiado. No dia seguinte, fui à casa do Neymar Júnior e vejo ele de olhos inchados de tanto chorar e de não ter dormido. Segundo o pai, ele passou a noite levando broncas da mãe”, explicou.
Na ocasião, o então presidente santista aconselhou o camisa 11 a cuidar de sua imagem fora do campo. Diante da ação em campo, decidiu punir o jogador financeiramente e exigiu uma retratação pública em entrevista coletiva. No entanto, Dorival Júnior teria cobrado o afastamento do jovem astro “por tempo indeterminado”. Laor se recusou, mas Dorival insistiu.
“Na sexta à noite, percebi que ele (Neymar) estava hesitante. O elenco queria uma punição maior para o Neymar. Fui até o CT, conversei com ele, com o elenco – com cinco, seis representantes. Eles foram à sala até onde eu estava com ele. Eu disse: ‘Eu vou ceder e você (Dorival) cede. Você não o relaciona no domingo (contra o Guarani, pelo Campeonato Brasileiro), mas na quarta-feira, contra o Corinthians, é indispensável que ele esteja em campo’”, explicou.
Na ocasião, Dorival teria aceitado tirar Neymar do jogo contra o Guarani (empate por 0 a 0). No entanto, para o clássico da quarta-feira contra o Corinthians, o treinador não pretendia contar novamente com Neymar.
“Na terça (véspera da partida), eu estava hospitalizado e soube que o Neymar não estava relacionado. Eu falei: ‘Dorival, houve uma ruputra de hierarquia, eu não aceito que o Neymar não seja relacionado’. Houve então uma decisao consensual: eu não pago multa (rescisória) e você não paga multa”, detalhou o dirigente, que segue amigo do técnico. “Voltei a falar com o Dorival com uma partida do Santos com o Inter em Porto Alegre. Ele era o técnico colorado. Fui até o vestiário, dei um abraço”, acrescentou. Na partida em questão, pelo Campeonato Brasileiro de 2011, os dois times empataram em 3 a 3.
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