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Santistas criticam planejamento e atacam até mudança da data de final

Elenco criticou mudança das datas das finais e a falta de zelo da diretoria com gramado da Vila - Ricardo Nogueira/Folhapress
Elenco criticou mudança das datas das finais e a falta de zelo da diretoria com gramado da Vila Imagem: Ricardo Nogueira/Folhapress

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

04/12/2015 06h00

O clima é de velório no Santos após a perda do título da Copa do Brasil para o Palmeiras, como não poderia ser diferente. No vestiário do Allianz Parque, os atletas estavam arrasados. No dia seguinte, o elenco se reapresentou normalmente. Abatidos, os atletas que jogaram a decisão realizaram o treino de recuperação na academia do clube, enquanto os reservas foram para o gramado.

Além do abatimento, o UOL Esporte apurou que muitos atletas ficaram insatisfeitos com o planejamento do Santos na reta final da temporada. Até a viagem a Curitiba, quando a equipe santista enfrentou o Coritiba pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro, no dia 22 de novembro, virou motivo de crítica.

Os atletas alegam que não entenderam por que viajaram para o Paraná se não seriam utilizados na partida. Na ocasião, a comissão técnica decidiu poupar os titulares e escalar um time alternativo. O Santos perdeu o jogo por 1 a 0 e ficou mais longe do G-4.

Os jogadores questionam que o cansaço da viagem atrapalhou a "estratégia de descanso". Esta foi uma das poucas reclamações que envolvem a comissão técnica. Alguns jogadores também questionaram algumas substituições de Dorival Júnior nos últimos jogos, mas algo considerado normal entre os boleiros. Este questionamento, inclusive, está longe de ser unanimidade no elenco.

Unanimidade mesmo é a bronca dos atletas com a diretoria do clube por conta da alteração das datas iniciais das decisões da Copa do Brasil, que acabaram custando caro ao Santos. Dorival Júnior não fala abertamente, mas também reprovou o fato de não ter sido consultado. Os jogadores também não gostaram da ideia.

Os jogos estavam marcados para 4 e 25 de novembro, mas o clube considerou que o intervalo longo entre os confrontos poderia atrapalhar o ritmo dos finalistas e diminuir a empolgação dos torcedores. E, de fato, atrapalhou, mas o próprio Santos. Quando confirmou a classificação para a final, a equipe ocupava a quarta colocação no Campeonato Brasileiro, com 50 pontos. A boa fase foi confirmada com o triunfo por 2 a 1 contra o próprio Palmeiras, na Vila Belmiro, pela rodada seguinte.

"Não fiquei sabendo da situação e da mudança. Soubemos só quando foi alterado, mas não é um fato que vai me preocupar. É natural que aconteça a recuperação do Arouca, como o Santos poderia ser beneficiado. Temos que estar preparados para os dois dias, essa é a nossa obrigação", disse à época, amenizando, mais uma vez, após a perda do título.

"É hipótese, prefiro não falar, não sei o que aconteceria [caso as datas fossem mantidas]. Temos que reconhecer o valor do Palmeiras, eles mereceram", emendou.

Além da mudança das datas das finais, comissão técnica e jogadores ficaram revoltados com a falta de zelo da diretoria com o gramado da Vila Belmiro na reta decisiva do Santos no fim de ano. O campo foi muito utilizado pelas categorias de base na disputa das finais do Campeonato Paulista e pelas seleções que participam do Sul-Americano feminino sub-20.

Dorival chegou a dizer que o Santos jogou em um “brejo” contra o Flamengo pela 35ª rodada do Brasileiro. Para treinador e elenco santista, a partida diante dos cariocas custou caro para o time no Campeonato Brasileiro.

“Nós tivemos um campo muito pesado, praticamente jogamos em um barro, em um brejo contra o Flamengo”, lamentou.