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Saiba quais argumentos Inter usará na defesa dos volantes pegos no doping

Nilton e Wellington podem pegar gancho pesado por uso de diuréticos em setembro - Reprodução
Nilton e Wellington podem pegar gancho pesado por uso de diuréticos em setembro Imagem: Reprodução

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

04/12/2015 06h00

Nilton e Wellington serão defendidos pelo Internacional no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) nesta sexta-feira (4) e a estratégia é clara: convencer a 4ª Comissão Disciplinar que a dupla não teve intenção de melhorar sua performance e que o consumo de diurético foi involuntário. No discurso dos advogados estarão argumentos que vão desde o histórico do Colorado para monitorar doping até a versão de uma receita caseira para emagrecer.

Preocupado com o registro de três casos (dois com Nilton e um com Wellington) e, principalmente, com o curtíssimo intervalo entre eles, o Inter se fechou e não quis tratar do assunto. Só que a denúncia da procuradoria do STJD entregou parte da defesa.

Os advogados do Inter afirmam que Nilton ingeriu suplemento prescrito por sua mulher. Em uma receita caseira de dieta. O volante disse ter perdido peso durante a temporada. Já Wellington teria consumido suplemento de proteína com as substâncias proibidas. Em uma decisão, segundo o clube gaúcho, pessoal. Sem orientação de profissionais do Inter.

Outro aspecto a ser citado será o histórico do Colorado. No Gauchão deste ano, o Internacional foi o único clube a pedir exame antidoping em todas as suas partidas. O regulamento do estadual não torna o teste obrigatório por conta dos custos e, sendo assim, somente o time vermelho topo arcar com a despesa.

“Fizemos exames em todos os nossos jogos, para o nosso time e o adversário, em todos os jogos do estadual. Fomos os únicos a tomar essa medida. O custo é elevado, mas o clube adota essa postura há tempos. Temos um histórico que mostra nossa preocupação com a causa, com o controle. Que atesta nossa lisura”, disse Carlos Pellegrini, vice de futebol do Internacional.

Além disto, o Inter consultou Eduardo de Rose, membro do conselho de fundação da WADA (Agência Mundial Antidoping). Os advogados buscaram parecer do médico sobre o uso das substâncias diuréticas hidrochlorothiazide e chlorothiazide, que estão na lista de diuréticos e agentes mascarantes proibidos pelo Regulamento de Controle de Doping da CBF e pela agência.

Os casos de Nilton e Wellington aparecem em nono e décimo lugar na pauta da 4ª Comissão Disciplinar do STJD. Mas em virtude da importância, eles devem abrir a sessão (que se inicia às 12h, horário de Brasília). Além dos jogadores, a audiência deve contar com a presença de representantes da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) e da Comissão de Controle de Dopagem da CBF.

A Procuradoria pede a aplicação das penas previstas no artigo 19 da Norma da FIFA. O gancho pode chegar a quatro anos para cada um dos atletas. O Internacional não foi denunciado, mas a CCD e o STJD aguardam o resultado de exame surpresa realizado no CT do clube, na semana passada. Se um terceiro caso for registrado, é provável que o clube vire réu.