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"Louco do bem", D. Alves diz que não tem no Brasil o prestígio que merece

David Ramos/Getty Images
Imagem: David Ramos/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

13/12/2015 14h06

O lateral-direito Daniel Alves tem uma carreira recheada de conquistas pelos clubes em que passou e na seleção brasileira. Jogador do Barcelona desde 2008, ele pode se orgulhar de marcas expressivas no futebol europeu: tem três títulos na Liga dos Campeões, é o estrangeiro com mais jogos na liga espanhola e já entrou quatro vezes na seleção da Fifa.

Apesar do número alto de títulos e das premiações individuais, Daniel Alves acredita que não tem o reconhecimento que merece no Brasil. Em entrevista ao jornal O Globo, ele atribuiu a desconfiança ao fato de ter jogado pouco como profissional no país – atuou entre 2001 e 2002 no Bahia e logo se transferiu para o Sevilla.

“Acho que não [tem o reconhecimento merecido], mas não me preocupa. Queria construir uma carreira sólida, não ser mais um dentre tantos. Queria deixar minha marca. Talvez seja por não ter jogado muito no Brasil. A grande maioria não sabe um terço da minha história, do que construí e vivi. Não me deixa triste”, contou ao diário carioca.

Prestes a disputar sua terceira edição no Mundial de Clubes – o Barcelona inicia sua campanha na competição na quinta-feira, contra o Guanghzou Evergrande, da China –, o lateral de 32 anos elogiou os métodos de Pep Guardiola, “um grande gestor, alguém que enxerga além da maioria”, mas enalteceu o trabalho feito por Luis Enrique no clube catalão. De acordo com o brasileiro, o atual comandante do Barcelona foi o responsável por uma mudança de estilo que tem gerado resultados positivos.

“Com Guardiola era um time mais controlador de jogo. Com Luis Enrique eu brinco que, com o tempo, vai ficando mais veloz e mais furioso. Temos o conceito do controle, da posse. Mas quando um time vem nos pressionar, ficam no mano a mano atrás e é um suicídio: a gente aproveita para alternar o ritmo. Num momento, tínhamos passado de revolucionários e previsíveis. Contra times que só defendiam, precisávamos de muitos toques para chegar ao gol. Agora chegamos com mais facilidade”, apontou.

Conhecido por não se esquivar de questões polêmicas e por cultivar uma série de interesses fora do futebol – a moda, a música e a gastronomia, por exemplo –, Daniel Alves se define como um “louco do bem”.

“Sou um bom louco. Um louco do bem. Alguém que desfruta da vida. Quase não vejo TV porque são muitas notícias ruins. Sou a favor da vida. (...) Vivo pelo prazer das coisas. Se não tivesse prazer no futebol, teria parado. Vivo pelo prazer da música. Não canto porra nenhuma, mas vivo o prazer de relaxar com a música, que me transporta a um lugar bacana. Gosto de moda porque é um mundo livre, gosto de gastronomia porque é um mundo livre, em que você pode inventar pratos, misturar cores. Meu mundo é livre. Tenho regras a cumprir no futebol, mas me sinto livre para jogar, criar. E vivo a minha loucura”, disse.