Felipão promete pressão na semifinal e diz que poderia ter treinado Barça

O Barcelona enfrenta o Guangzhou Evergrande nesta quinta-feira, em duelo no Japão pelas semifinais do Mundial de Clubes da Fifa. À frente da equipe chinesa, o técnico Luiz Felipe Scolari adota um discurso de respeito ao rival antes do jogo, mas promete surpreender se tiver a chance.

“Nós estamos avançando a cada dia no futebol. Melhoramos dia a dia, e por isso sou muito grato a meus jogadores. Sabemos nossas qualidades e as do Barcelona, que é um das melhores equipes do mundo, e nós sabemos disso. Meus jogadores estão muito motivados e são inteligentes. Faremos uma boa partida”, disse Felipão, em entrevista nesta quarta-feira.

“Somos os campeões da Ásia e eliminamos o América, que é o campeão da Concacaf. Conquistamos o direito de estar aqui. Respeito muito ao Barcelona, mas confio nos meus jogadores”, acrescentou.

Em sua entrevista, Felipão elogiou Neymar, e disse que o atacante do Barcelona – que esteve sob seu comando na seleção brasileira entre 2013 e 2014 – deve estar com frequência entre os melhores do mundo nos próximo anos. Para o treinador, o Barça deve sentir o desfalque do jogador, caso a lesão sofrida no início do mês atrapalhe sua participação no Mundial.

“Neymar é um dos três melhores do mundo e continua progredindo nos últimos cinco anos. No Barça, todos os jogadores têm um nível semelhante. Qualquer equipe do mundo sentiria seu desfalque, mas o Barça é diferente. O Barça tem 25 jogadores como Neymar. Se continuar assim, lutará vários anos para ser o melhor do mundo”, avaliou.

Por outro lado, o técnico elogiou Robinho, hoje atacante do Guangzhou Evergrande. “É um jogador necessário para nós. Precisávamos de alguém como ele, que faz diferença. Ele contribuiu muito para nossa vitória no Campeonato Chinês. Tem muita influência no campo”, disse.

A partida desta quinta-feira acontecerá no Estádio Internacional de Yokohama, mesmo palco onde a seleção brasileira comandada por Felipão conquistou a Copa do Mundo de 2002. O técnico relativiza sua importância no título, mas admite “emoções” ao retornar ao local após 13 anos.

“Eu não ganhei, quem ganhou foram os jogadores. Eu fui parte do sucesso. Estou feliz de voltar a Yokohama, aqui os brasileiros celebraram muitas coisas boas. Quando entrei no estádio, lembrei as emoções que senti naqueles momentos. Foi parte importante da minha vida”, declarou.

Felipão no Barcelona?

No final de 2013, o jornalista britânico Graham Hunter, da rede de TV Sky Sports, afirmou que Luiz Felipe Scolari assumiria o Barcelona após a Copa do Mundo de 2014 na vaga de Tata Martino.

O boato acabou não se confirmando, mas Felipão falou sobre a possibilidade. Na entrevista, deu a entender que poderia ter avançado na negociação anos antes.

“Quando meu amigo Sandro Rosell era presidente (2010 a 2014), eu podia ter conversado e aceitado uma oferta do Barça, mas ainda tinha dois anos com a seleção de Portugal e não poderia abandoná-la por uma questão de ética”, disse Felipão, que deixou a seleção portuguesa em 2008.

“Gosto do Barcelona dentro e fora de campo, mas essa ocasião já passou. Desde então, mantenho a amizade com Pepe Costa (membro da diretoria do Barça que morou no Brasil). Todo mundo o conhece”, completou.