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Final de liga indiana coloca brasileiros de Zico contra time de Materazzi

FC Goa tem Lúcio e Zico, enquanto Chennaiyin tem Materazzi e Elano - ISL/Divulgação
FC Goa tem Lúcio e Zico, enquanto Chennaiyin tem Materazzi e Elano Imagem: ISL/Divulgação

Do UOL, em São Paulo

19/12/2015 10h47

A edição 2015 da Indian Super League será decidida neste domingo em jogo único. A final no Fatorda Stadium colocará frente a frente FC Goa e Chennaiyin, em um duelo cheio de brasileiros – inclusive fora de campo.

Comandado por Zico desde 2014, quando foi semifinalista da ISL, o FC Goa busca um título inédito. A equipe conta com sete jogadores brasileiros no elenco – entre eles, o goleiro Elinton Andrade, o lateral direito Léo Moura, o zagueiro Lúcio e o atacante Reinaldo. Lúcio, ex-Inter de Milão e Juventus, campeão mundial com a seleção brasileira em 2002, é o marquee player da equipe, classificação dada ao jogador mais renomado de cada equipe da ISL.

Antes da decisão, Zico apostou em um duelo equilibrado neste domingo. “Acho que conhecemos o Chennaiyin, mas perdemos para eles duas vezes (na temporada regular)”, disse o técnico, descartando favoritismo por decidir o título em casa. “O campo é o mesmo, a bola é a mesma. É meio a meio para as duas equipes.”

O ídolo flamenguista ainda defendeu as finalistas como as duas principais equipes da estrelada liga indiana. “Acho que, mesmo no ano passado, a final já poderia ter sido entre Chennaiyin e Goa. Acho que as duas equipes que mais mereceram chegaram”, afirmou ainda. Em 2014, as duas equipes caíram nas semifinais – na decisão, o Atlético de Calcutá derrotou o Kerala Blasters por 1 a 0 em Mumbai.

O discurso foi semelhante ao de Lúcio. Em sua entrevista coletiva ao lado do técnico, o zagueiro afirmou que as FC Goa e Chennaiyin chegaram à final “porque mereceram” e viu uma decisão aberta. “A final tem as mesmas chances para os dois lados”, declarou.

O Chennaiyin, por sua vez, é dirigido pelo italiano Marco Materazzi – sim, aquele da confusão com Zinedine Zidane na final da Copa do Mundo de 2006. O time conta com quatro brasileiros – entre eles, o marquee player Elano. Em compensação, tem o artilheiro da competição, bastante conhecido pela torcida do Corinthians: Stiven Mendoza, colombiano, autor de 12 gols.

Na entrevista coletiva dos finalistas neste sábado, Materazzi elogiou bastante as características brasileiras do FC Goa. “Acho que pertence à cultura brasileira fazer o jogo fluir”, disse, rebatendo críticas que contrapõem as características dos finalistas. “Não acho que nosso jogo é defensivo, porque marcamos muitos gols. Acho que será um bom jogo”, completou.

Assim como os adversários, Materazzi também comemorou a presença de FC Goa e Chennaiyin na decisão da ISL. “Acho que os times que mais mereceram estão na final. O que faltou no ano passado, tivemos neste ano”, defendeu o italiano. “Para mim, a final representa um objetivo valioso depois de chegarmos às semifinais no ano passado.”

Em tom bastante político, Elano endossou o discurso defendido pelos dois lados. “Os dois times estão em grande nível, e ambos merecem estar na final. Além disso, os dois conhecem as próprias dificuldades”, disse o meia, emprestado pelo Santos.

Evolução na Índia

Outro discurso que se mostrou bastante afinado entre os finalistas disse respeito à segunda edição da Superliga Indiana. Introduzida em 2014, a competição é disputada entre outubro e dezembro, e conta com a ajuda de jogadores de renome internacional para atrair fundos para o futebol indiano – que conta também com a I-League, o Campeonato Indiano que vale vaga às competições asiáticas, por exemplo.

“Acho que todo mundo vê a diferença entre a última temporada e a atual. Todos nós contribuímos para elevar o nível da liga. No ano passado, foram necessários 19 pontos (para passar pela primeira fase); neste ano, foram 22”, disse Materazzi. “O objetivo de melhorar o futebol a cada temporada tem sido alcançado”, completou o italiano.

Os jogadores assinaram embaixo. “Há muitos jogadores que permaneceram em seus times (entre 2014 e 2015). A ISL melhorou, tornou-se muito mais técnica agora”, disse o meia Elano. “A ISL é organizada – os públicos, a administração, tudo”, concordou o zagueiro Lúcio.