Oposição do São Paulo pede ao MP investigação de gestão de Aidar
A oposição do São Paulo levou ao Ministério Público um pedido de investigação da gestão de Carlos Miguel Aidar à frente do clube do Morumbi. A ideia deles é que o processo se inicie oficialmente na próxima segunda-feira (1). O ex-presidente renunciou após uma série de denúncias em outubro de 2015.
O documento é datado do dia 28 de janeiro de 2016 e foi obtido pelo UOL Esporte. São 18 oposicionistas representados pelos advogados Marco Vinicio Petrelluzzi e Luiz Augusto Diniz Alonso e liderados pelo candidato à presidência na última eleição Newton Ferreira, popularmente conhecido como Newton do Chapéu.
O texto cita a namorada de Aidar, Cinira Maturana, e vários casos que foram divulgados amplamente pela imprensa, como a contratação do zagueiro Iago Maidana, que rendeu até multa ao São Paulo.
"Dentre as negociações com a aquisição e venda de atletas que indicava a ocorrência de lavagem de dinheiro, está a que envolveu o jogador Iago Maidana. O atleta, que pertencia ao Criciúma Futebol Clube, foi objeto de uma manobra que fez com que o São Paulo Futebol Clube pagasse R$ 2.000.000,00(dois milhões de reais), numa transação que, originalmente, era para ter custo inferior a R$ 200.000,00(duzentos mil reais). Nessa transação, o clube que negociou com o São Paulo Futebol Clube, denominado Monte Cristo, que disputa a 3a divisão do Estado de Goiás, teve o jogador sob registro por apenas um dia, tudo para ocultar a intenção dos envolvidos em se locupletar às custas dos recursos do São Paulo Futebol Clube, e lavar dinheiro (doc. 37). Anote-se que, a par disso, essa transação gerou multa de R$ 100.000,00(cem mil reais) ao clube, aplicada pela Confederação Brasileira de Futebol", afirmam os requerentes no documento.
Eles aindam lembram as gravações e e-mails que foram divulgados pelo então vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, que chegou a deixar o cargo e voltou após a saída de Aidar.
"No mencionado e-mail, e na gravação ali referida, pode-se identificar a ocorrência de crime contra o patrimônio de que o São Paulo Futebol Clube teria sido vítima e, sobretudo, do crime de lavagem de dinheiro previsto no art. 1o, da Lei 9.613-98. Indício veemente no sentido de que esses fatos constituem conduta criminosa, é a circunstância de, dias após esses fatos, o então presidente do São Paulo Futebol Clube, Carlos Miguel Aidar, ter renunciado ao cargo, tentando com isso abafar o caso e escapar da responsabilização por seus atos."
A oposição admite até mesmo que a gestão do ex-presidente Juvenal Juvêncio, que faleceu no ano passado, também será investigada por causa de suas ligações com Carlos Miguel Aidar.
Assim que assumiu a presidência do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, prometeu profundas investigações sobre o caso e disse que responsabilizar os culpados. Até agora, no entanto, não houve divulgação de nenhum andamento do procedimento prometido.
Por fim, o documento usa termos como "organização criminosa" e "lavagem de dinheiro". Segundo os requerentes, é necessária uma profunda investigação do Ministério Público para que não haja dano da imagem do São Paulo.
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