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Por que o gol de Lucca contra o São Paulo fez os olhos de Tite brilharem

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

15/02/2016 06h01

"Perde pressiona. Perde pressiona. Perde pressiona".

Esse é um mantra da comissão técnica do Corinthians, que definiu na base de duas ações - a de pressionar a posse de bola do adversário ao perdê-la - o que é uma das chaves no modelo de jogo que levou a equipe de Tite à conquista do Brasileirão. Seis titulares se foram, mas a essência se mantém. Foi colocada em prática na quarta vitória seguida sobre o São Paulo em partidas realizadas em Itaquera.  

O triunfo em jogo parelho contra a equipe de Edgardo Bauza foi encaminhado graças a um lance isolado. Com erro decisivo do zagueiro são-paulino Lucão, que entregou a bola para o corintiano Lucca marcar com o gol aberto, mas também construído graças ao 'perde-pressiona'. "Não é algo circunstancial", comentou Tite depois da partida. 

Na jogada, a defesa do São Paulo é pressionada por Giovanni Augusto e André, até que Lucão se atrapalha com Mena e dá a bola de presente a Lucca. No momento da finalização, os três corintianos, além do jovem Maycon, estão dentro da área para tentar recuperar a posse perto do gol adversário. Ao ser lembrado que três dos quatro jogadores que executaram a pressão são recém-chegados, Tite sorriu. Seus olhos brilharam ao perceber que um dos principais conceitos já foram transmitidos aos novatos.  

 "Quando há um passe negativo (para trás), o zagueiro corre para trás. É a pior coisa do mundo", explica o treinador corintiano. "Você não tem visão de quem te pressiona e precisa tomar uma decisão sempre perigosa. (...) Isso (pressionar) faz você correr menos, então os homens de frente não podem permitir passes curtos, para não precisarem correr até a linha defensiva. Eles têm procurado assimilar", complementou. 

Na prática, quer dizer que quanto mais rápido a bola for recuperada, menos risco a equipe irá correr. E, ao conseguir retomar a bola, possivelmente vai apanhar o adversário desarrumado. Foi exatamente o que aconteceu no erro grotesco de Lucão. 

Na pré-temporada, algumas atividades de campo realizadas pela comissão técnica visavam exatamente difundir o conceito do "perde pressiona". O elenco é dividido em quatro equipes que disputam dois jogos diferentes simultaneamente. Nesse treino, não há trave, e só dois objetivos: trocar passes rapidamente em espaços curtos e, ao entregar a bola ao adversário, rapidamente pressionar para recuperá-la. Não é muito diferente do que Giovanni Augusto e André, que estreavam como titulares, fizeram contra Mena e Lucão.