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Flu muda mascote para se livrar da imagem "pejorativa" de Cartola

Guerreirinho assumiu o lugar do "pejorativo" Cartola no cargo de mascote do Fluminense - NELSON PEREZ/FLUMINENSE FC.
Guerreirinho assumiu o lugar do "pejorativo" Cartola no cargo de mascote do Fluminense Imagem: NELSON PEREZ/FLUMINENSE FC.

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

09/03/2016 06h00

O Fluminense tem um novo mascote. O tradicional Cartola já não mais identifica o clube, que decidiu fazer a mudança pelo fato de o antigo símbolo ter significado pejorativo nos dias de hoje. Agora, os torcedores exaltam o Guerreirinho, assim nomeado em referência ao apelido adotado pelo Tricolor em 2009, quando teve campanha com uma recuperação incrível e evitou novo rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

A troca de mascote é apenas a ponta do iceberg. Isso porque o Fluminense tem uma identificação forte com a palavra Guerreiro. Até histórica de certa forma. Vale lembrar o caso do ponta direita Mano, que se recusou a deixar um jogo contra o São Cristóvão após ter grave contusão. Ficou em campo e o traumatismo virou uma infecção generalizada, o que o levou a morte dias depois. Ou com o goleiro Castilho, que decidiu amputar um dedo da mão para não perder um jogo contra o Flamengo.

"A história do Fluminense sempre foi ligada a feitos de guerreiro. Esses casos são históricos. Em 2009 o clube adotou o apelido, mas isso é histórico", disse o vice-presidente de marketing do Fluminense, Leonardo Lemos ao UOL Esporte. "Quando a torcida abraçou, coube ao clube entender e abraçar. Guerreiro agrega um valor interessante, que evidencia a briga por vitórias. É o que queríamos. Virou nossa filosofia, um mantra", completou o dirigente.

A mudança só foi feita, porém, porque o antigo mascote, o Cartola, já não agregava valor ao clube. O antigo símbolo era uma alusão ao fato do Fluminense ser um clube da nobreza. Entretanto, a imagem ficou muito ligada também a dirigentes, que tem cartola como um dos seus apelidos mais conhecidos popularmente. Em episódios como a "virada de mesa" de 1996, quando o então presidente do Tricolor Álvaro Barcelos comemorou a permanência na elite do futebol com uma champanhe, a figura do mascote tricolor acabou sendo lembrada.

"O cartola ficou com uma imagem não tão boa. Era um símbolo com um tom pejorativo. O nosso mascote não passava valores que tem importância nos dias de hoje. Então quisemos adotar o Guerreirinho, que tem essa sensação positiva. Tudo que vem da torcida é analisado com carinho", afirmou Leonardo Lemos.

Além do mascote, o Fluminense usa a palavra para inúmeros fins. "Bar dos Guerreiros", em Laranjeiras, uma armadura de guerreiro romano foi colocada na entrada da sede, o centro de treinamento das categorias de base tem uma placa com os dizeres: "Fábrica de guerreiros" e os núcleos de futebol do clube são chamados de "Guerreirinhos".