Feldman diz que ação da Fifa contra cartolas brasileiros é "política"
O secretário-geral da CBF, Walter Feldman, chamou de “iniciativa política” a atitude da Fifa de acionar a Justiça dos Estados Unidos pedindo para que seja reembolsada por todos os dirigentes que teriam utilizado dinheiro irregularmente da entidade nos últimos anos. A ação da entidade máxima do futebol atinge direto três cartolas brasileiros: Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero e José Maria Marin, ex-integrantes do Comitê Executivo da Fifa.
“Estamos estudando o que fazer ainda. Soubemos dessa ação hoje e consideramos que é uma manifestação de caráter político da Fifa e para responder a um problema que ela teve”, afirmou Feldman, em entrevista ao UOL Esporte. “Ela tem um quadro de problemas, como déficit orçamentário e de resultados de receitas e despesas. Então, ela coloca como parte da sua defesa esse débito que ficou e acredita que ele pode ser resolvido com o ressarcimento dos prejuízos alcançados”.
A Fifa quer que os três cartolas brasileiros devolvam US$ 5,3 milhões (R$ 20 milhões). Teixeira teria utilizado indevidamente US$ 3,5 milhões (equivalente a R$ 13,35 milhões) de recursos da Fifa; Del Nero teria usado indevidamente US$ 1,67 milhão (equivalente a R$ 6,37 milhões); Marin teria usado irregularmente US$ 114 mil em recursos da Fifa (equivalente a R$ 435 mil).
Na condição de "instituição vitimada", a Fifa apresentou pedido de restituição ao Departamento de Justiça em Nova York, alegando ter sofrido danos de ex-funcionários e de dirigentes indiciados na investigação feita pelo Departamento de Justiça norte-americana. O governo dos EUA confiscou US$ 190 milhões em ativos dos dirigentes.
Considerando “estranha” a medida tomada pela Fifa, Feldman afirma que as investigações sobre Marco Polo Del Nero, citado no escândalo de corrupção da entidade, ainda estão longe de terminar.
“Para nós é muito estranha (a ação), na medida que existe um comitê de ética investigando, que não fez nem sequer uma suspensão provisória em relação ao Marco Polo Não houve ainda um direito aberto de defesa, é um processo que está rolando já há muito tempo. Não há nenhum elemento de condenação”, completou Feldman, que negou que a atitude tenha sido uma retaliação do novo presidente da Fifa, Gianni Infantino, à CBF: “A CBF apoiou o Infantino. É um processo paralelo”.
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