Com M. Carioca e Edilson, clube inova ao usar técnicos temporários
O Taboão da Serra, clube que disputa a quarta divisão do Campeonato Paulista, tem uma novidade para a atual temporada. O treinador Axel, ex-volante de Santos e São Paulo, receberá periodicamente o auxílio de técnicos temporários - ex-jogadores, como Marcelinho Carioca, que passarão só alguns dias no clube para ensinar fundamentos específicos ao elenco.
A ideia do "técnico rotativo", como diz o clube, veio de Edílson Capetinha. O veterano atacante de 45 anos, que vai defender o Taboão no Estadual, sugeriu ao presidente Anderson Nóbrega trazer antigos parceiros da bola para passar na prática aos jogadores o que Axel pode não saber demonstrar.
"Quando eu contratei o Edílson, ele veio para um projeto todo do clube", disse Nóbrega ao UOL Esporte. "Ele me trouxe a ideia do treinador rotativo. O futebol está muito chato, a gente precisa trazer coisas novas, mesmo sendo um clube pequeno".
A intenção do presidente é que, a cada 15 ou 30 dias - a periodicidade ainda não foi definida -, um ex-atleta vá ao clube para fazer uma "clínica da bola" com os garotos do Taboão. O primeiro será Marcelinho, que, como não poderia deixar de ser, vai ensinar o elenco a cobrar faltas.
"Eu vou para fazer uma palestra sobre princípios de vida, educação, formar o cidadão e não o atleta", contou Marcelinho. "Depois, vou para o campo fazer a clínica de futebol, teoria e prática. Vou ensinar lançamentos de 20 metros, e depois chega o que todo mundo está esperando, que são as cobranças de falta".
Amigos de Edílson são os próximos
Outros nomes na mira de Edilson para o cargo de treinador rotativo do Taboão são o ex-zagueiro Mauro Galvão, o ex-lateral Rogério e o ex-volante Vampeta, todos amigos pessoais do atacante.
"O melhor de tudo no meu pensamento é ter a aula específica com os jogadores da posição deles, e os melhores. Para ensinar, o professor tem que ser bom. Os clubes grandes, em um futuro próximo, podem ter esses jogadores dentro do clube", disse Edílson, que teve a ideia a partir de suas experiências como atleta e treinador.
"Quando eu comecei a fazer curso para treinador, eu vi que, para você treinar jogadores de um setor que você não domina, tem mais dificuldade. Eu não sabia o que dizer para um zagueiro, por exemplo. Tenho essa ideia desde a época em que o Leão foi meu treinador na seleção. Ele sempre foi goleiro, então para ele falar com alguns jogadores de outros setores do campo, eu sentia que ele tinha dificuldades", contou o "Capetinha".
Mesmo com o projeto ainda em fase embrionária, o presidente do Taboão vislumbra que a inovação pode ser um meio de revitalizar o futebol brasileiro. Segundo ele, o talento tem caído nos últimos anos porque o jovem não possui referências nas quais se espelhar.
"Nós queremos passar uma ideia para o futebol de que tem que acabar com esse personalismo do treinador, que não pode ter outras pessoas ajudando. O talento está acabando ano a ano e ninguém enxerga o erro, e na nossa visão o erro está aí. Não tem mais referência. Hoje, quem é o maior batedor de falta do Brasil?", disse Nóbrega.
"Talvez um Tite não aceite um treinador rotativo, mas que a categoria de base [dos times grandes] aceite. Que os meninos cheguem ao profissional já sabendo bater uma falta, se posicionar melhor". Será que a moda vai pegar?
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