E. Ribeiro festeja sucesso em Dubai e admite que virou 2º plano na seleção
A rotina, o local e a cultura em Dubai podem ser completamente diferentes do que Éverton Ribeiro estava acostumado. Contudo, uma coisa segue igual na vida do meio-campista: a conquista de títulos e prêmios.
O meia, que deixou o Cruzeiro rumo ao Al Ahli no início de 2015 após ser eleito duas vezes o melhor jogador do Campeonato Brasileiro, segue se destacando no campeonato árabe. Após um ano e meio nos Emirados Árabes, o atleta já conquistou o título da liga local, foi eleito o melhor meio-campista do torneio e ainda concorre ao prêmio de melhor estrangeiro atuando no país.
“Conseguimos conquistar mais um título com a liga nacional. Quando eu vim para cá, vim com esse pensamento de ser campeão e continuar melhorando a cada dia. Eu aprendi muito com os campeões com quem joguei e fui treinado, e aprendi que nunca pode achar que está bom, tem que sempre querer mais”, revelou o ambicioso jogador em entrevista ao UOL Esporte.
Adaptação ao Oriente Médio
Éverton Ribeiro estreou em seu novo clube em 4 de fevereiro. Porém, o sucesso que atingiu após pouco mais de um ano em Dubai só aconteceu após superar dificuldades tradicionais para quem muda para um novo continente.
“Não foi fácil no começo, eu vinha sem pré-temporada do Brasil, para um futebol diferente. Até aprender e me familiarizar como eles jogam demorou um pouco. Dentro de campo é normal, pois é uma maneira diferente de jogar. Cada clube tem três estrangeiros e cada um tem sua forma de jogar, sua língua natural. São pequenas coisas que só com o tempo você se adapta, mas depois fica mais fácil”, explicou Éverton.
E, se dentro de campo o processo de adaptação foi um pouco mais demorado, fora dele as coisas transcorreram bem. Segundo o jogador, o perfil cosmopolita da cidade auxilia na hora de se adaptar ao país, já que a cultura local não é tão extremista como em outros países árabes.
“Foi bem fácil à adaptação, tanto para mim quanto para minha esposa. Tem tudo que a gente precisa, muita segurança”, relevou o jogador.
Se por um lado foi bom, por outro Éverton saiu perdendo...
Apesar de ressaltar a todo instante a felicidade por morar em Dubai e jogar em um clube de prestígio no país, Éverton tem ciência que sua transferência para o futebol árabe acabou custando a vaga que havia conquistado na seleção brasileira. Depois da fatídica eliminação da seleção na Copa América de 2015, jogadores de centros emergentes, como Ribeiro, Tardelli e Ricardo Goulart que atuam nos Emirados Árabes e na China, acabaram perdendo espaço com o técnico Dunga.
“Sempre quero estar ajudando a seleção e jogando, mas sei que aqui é mais difícil ser convocado, acabo ficando um pouco em segundo plano. Mas foi uma escolha que fiz, estou feliz, espero continuar indo bem aqui para, quem sabe, se o Dunga precisar e eu for chamado, poder fazer meu melhor como sempre fiz”, salientou o atleta.
Ainda segundo Éverton, ele não foi procurado pelo técnico Dunga para receber uma explicação sobre os motivos que o levaram a perder espaço na seleção. Entretanto, o meia ressalta que nem sequer esperava uma atitude como essa, já que o técnico também não liga para avisar que irá convocar determinado atleta para o grupo.
“Não teve nada. Ele não precisa explicar, quando ele convoca ele também não comunica, quando não convoca não precisa dar explicação. Ele é o técnico. É natural (ser convocado ou não), são escolhas que ele faz, ele tem que escolher quem está no melhor momento. Vou continuar jogando e nosso país está sendo bem representado”, opinou Éverton.
Falta de informação acaba prejudicando opinião pública
Assim como acontece na Europa, a Ásia também tem sua edição da Liga dos Campeões. Além disso, diversos torneios são realizados em cada país. Com isso, o futebol árabe, que antes era visto como inferior aos grandes centros, já não deixa tanto a desejar.
Segundo Éverton Ribeiro, o fato dos campeonatos não serem transmitidos com a mesma facilidade que é possível assistir ao Campeonato Inglês ou Espanhol acaba fazendo com que as pessoas não percebam a evolução que as ligas asiáticas tiveram nos últimos anos.
“Como muita gente não acompanha diretamente, ainda tem um pensamento de antigamente, de que eram ligas muito fracas, que não eram profissionais, mas hoje em dia a situação mudou muito. São centros que crescem bastante, as pessoas estão mostrando em suas seleções. Vai ser natural, o mercado árabe vai abrir ainda mais e o povo, que gosta de futebol, vai acabar acompanhando mais”, avaliou o meia, que acrescentou.
“Quando você é convocado, é uma pressão a mais que você leva para a seleção. Isso pode pesar no momento (para jogadores dos centros emergentes não serem convocados), mas acho que vai ser natural, com a globalização, com mais canais para assistir, o acesso vai ser mais fácil, as pessoas vão ver que a qualidade aumentou, que o campeonato está mais profissional e vão mudar o pensamento deste mercado.”
Palmeiras, São Paulo ou Cruzeiro? Destino de Éverton já está decidido
Desde que foi contratado pelo Al Ahli, Éverton é apontado como possível reforço de diversos clubes brasileiros que precisam de um meio-campista. O meia já foi apontado como opção a Ganso em um possível acerto com o São Paulo, como o meia que falta no Cruzeiro e como o “presente da Crefisa” para o Palmeiras. No entanto, nenhuma destas opções foi para frente.
“Nunca conversei com nenhum time brasileiro desde que estou aqui. Eu acompanho, vejo que meu nome acaba saindo em alguns clubes e fico feliz, mostra que deixei uma boa impressão no Brasil, mas estou feliz aqui e acho muito difícil que o próprio time libere para eu voltar para o Brasil. Até hoje não teve conversa”, revelou Éverton.
Nem mesmo a possibilidade de ganhar mais visibilidade e ter a chance de retornar à seleção brasileira atrai o meio-campista. De acordo com Éverton, o reconhecimento dos clubes é sempre importante, mas ele ainda pretende continuar mais um tempo no Al Ahli, com o qual tem contrato até 2019.
“Voltar ao Brasil me daria mais visibilidade, mas acho difícil. Tenho contrato com o clube, eles sempre foram honestos comigo, não posso ser desonesto com eles e abrir mão do que tenho aqui, deixar eles de lado. Quero fazer sempre as coisas corretamente, quando for o momento certo vou pensar em voltar para o Brasil”, concluiu o meia.
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