Presidente do Fla pede dispensa, e Coronel Nunes chefiará seleção nos EUA
O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, pediu dispensa do cargo de chefe de delegação da seleção brasileira, que ocuparia durante a Copa América de 2016 nos Estados Unidos. O anúncio foi feito pela própria CBF nesta terça-feira. Com a dispensa, o vice-presidente da entidade, o coronel Antônio Nunes, acumulará a função de chefe de delegação durante a competição - ele viaja aos Estados Unidos na quarta-feira (25).
Segundo comunicado divulgado no site oficial da CBF, Bandeira de Mello solicitou sua dispensa "por razões ligadas à administração do Clube de Regatas do Flamengo e em face do longo período de ausência que se faria necessário". Ao todo, o dirigente ficaria 17 dias fora do Brasil.
Ainda assim, é provável que o presidente do Flamengo esteja nos Estados Unidos com a CBF para acompanhar pelo menos duas partidas da fase de grupos do torneio, porém livre das atribuições de chefe de delegação - Bandeira de Mello havia solicitado licença da presidência até o dia 13 de junho. O Brasil está no Grupo B da competição, ao lado de Equador, Haiti e Peru. A estreia da seleção acontece no dia 4 de junho, no Estádio Rose Bowl, em Pasadena, contra os equatorianos.
Em nota, o presidente do Flamengo deu seus motivos, mas disse que irá aos EUA para ver o primeiro jogo. "Quando aceitei o convite da CBF para chefiar a delegação da Seleção Brasileira nos Estados Unidos, o Flamengo vivia um momento bem menos conturbado do que o atual. Logo, em função da necessidade de reencontramos o caminho dos resultados positivos no futebol, seguirei próximo ao clube, assim como tenho feito desde que assumi a presidência em 2013. Em respeito à Seleção, comparecerei ao jogo de estreia na Copa América diante do Equador, dia 4", disse Bandeira de Mello.
Coronel Nunes, vice da CBF, vai aos Estados Unidos como representante máximo da entidade no lugar do presidente Marco Polo Del Nero. Desde a prisão de José Maria Marin em maio do ano passado, Del Nero não acompanha mais a seleção brasileira em seus compromissos internacionais.
Del Nero da CBF foi indiciado pela Procuradoria-Geral dos Estados Unidos por suspeita de corrupção. Assim, em vez de comandar a delegação da seleção canarinho, ele tem indicado dirigentes de clubes nacionais para fazê-lo. Neste período, Del Nero chegou a afastar-se da presidência da CBF, indicando o sucessor Coronel Nunes, mas retornou.
O pedido de dispensa do presidente do Flamengo tem a ver com a crise política que toma os bastidores da Gávea e a série de mudanças estudadas para o departamento de futebol. Bandeira de Mello foi muito criticado até pelo seu grupo de apoio por se ausentar do clube em um momento decisivo da temporada, no qual nem sequer se sabe se o técnico Muricy Ramalho seguirá à frente da equipe.
O pedido de dispensas de Bandeira veio após pressão de conselheiros do próprio clube. No momento, o presidente participa de reuniões para decidir as mudanças no futebol do Flamengo. Por isso, afirmou que tomou a decisão por conta própria em função dessas alterações.
"Vou ter reuniões nos próximos dias que me impedem de ir", declarou Bandeira. As mudanças podem incluir até mesmo a troca do técnico Muricy Ramalho, que pode se aposentar por questões de saúde, e do diretor de futebol Rodrigo Caetano.
Confira o comunicado:
"Por razões ligadas à administração do Clube de Regatas do Flamengo e em face do longo período de ausência que se faria necessário, o presidente Eduardo Bandeira de Mello solicitou à Confederação Brasileira de Futebol sua dispensa da função de chefe de delegação da Seleção Brasileira durante a Copa América Centenário, entre os dias 3 e 26 de junho, nos Estados Unidos. Ainda assim, como forma de prestígio e apoio ao selecionado nacional, Bandeira comparecerá a alguns jogos do torneio, incluindo a estreia, em 4 de junho, diante do Equador.
Em razão disso, o vice-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima acumulará as funções de chefe de delegação do Brasil durante a competição.
Com a dispensa, a seleção brasileira será chefiada nos EUA pelo Coronel Antônio Nunes, vice-presidente da própria CBF e chefe da delegação no Brasil"
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