Inter viu Tite e D'Ale quase chegarem a 'sair na mão' no vestiário
O ano era 2009, o jogo era da Recopa Sul-Americana, em Quito. No vestiário do estádio Casablanca, após derrota de 3 a 0 para LDU, D’Alessandro e Tite quase chegaram às vias de fato. Clemer e Índio foram os responsáveis por segurar a dupla e evitar o confronto.
A passagem foi revelada no livro TITE, da jornalista Camila Mattoso.
“Teve um problema, depois teve outro. Não lembro qual é qual. Mas aconteceu de nos segurarem. A relação ficou muito conturbada, não tinha mais jeito”, disse Tite em depoimento no livro, confirmando versão apresentada pelo irmão, Miro Bachi.
“O Clemer segurou meu irmão e o Índio segurou o D’Alessandro. Iam se pegar”, afirmou Miro.
Na biografia ainda é relatado outro episódio entre Tite e o meia argentino. Três semanas depois do atrito no Equador, o Inter perdeu para o Botafogo no Rio de Janeiro. No intervalo, o placar marcava 2 a 0 para o time da casa e D’Alessandro foi comunicado que seria substituído.
“O camisa 10 do time colorado se levantou e começou a andar de um lado para o outro, inconformado com a mudança, tirando a concentração do elenco”, descreve o texto. Tite deu detalhes da cena.
“Eu passava as informações e ele ficava inquieto, atrapalhando. Se tivesse feito algo mais enfático, a gente ia brigar. Mas nesse aí, eu falava para os outros jogadores prestarem atenção em mim. E falava para ele: “Vai para o banho, que vai entrar outro”, relatou o técnico.
Após o jogo no Engenhão, D’Alessandro foi afastado sob justificativa de mau condicionamento físico. Ficou fora da viagem do Inter ao Japão, onde o time disputou a Suruga Bank. Em outubro, Tite foi demitido e a relação com o meia pesou na decisão da cúpula.
“Eu acho que ele tinha dificuldade de se impor. Mas foi se aperfeiçoando (...) A pior decisão que eu tomei, a que eu mais me equivoquei na vida, foi de ter demitido o Tite. Acho que se ele tivesse ficado, seríamos campeões do Brasileiro”, contou Fernando Carvalho ao livro.
A publicação também confirmou, antes de relatar os atritos do técnico com D’Alessandro, que o Internacional fez proposta e disputou a contratação de Tite em 2014. À época, o clube gaúcho ofertou salário de R$ 800 mil contra proposta de R$ 400 mil do Corinthians. Os planos do time paulista influenciaram, mas de acordo com o livro a figura do meia também foi lembrada na hora da decisão.
“Estamos hoje em dia em uma situação normal, sem laços de amizade”, resumiu Tite ao falar de D’Alessandro. O livro ainda coloca que o técnico não vê “o mesmo nível de confiança” na relação com o argentino, apesar de negar restrição.
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