Após 12 anos, reencontro com Haiti expõe que Brasil perdeu astros e líderes
Brasil e Haiti se enfrentam nesta quarta-feira (8), às 20h30 (de Brasília), em Orlando, pela segunda rodada do Grupo B na Copa América. A seleção de Dunga precisa da vitória e nem o técnico adversário acredita que o resultado poderá ser outro. O respeito do Haiti não se deve apenas à inferioridade óbvia, mas também à devoção do país pela seleção brasileira pelo papel que teve em 2004, quando realizou um amistoso em prol da campanha de desarmamento em plena guerra civil. Devoção construída por protagonistas que hoje não existem.
A seleção brasileira chegou ao amistoso realizado em 18 de agosto de 2004 como então campeã do mundo. Além de ter os melhores do mundo, tinha jogadores que eram protagonistas em seus clubes, decisivos, que se mostravam os grandes líderes técnicos das equipes em que atuavam.
Só no time que começou aquele amistoso havia cinco exemplos: Roberto Carlos, já considerado ídolo do Real Madrid; Gilberto Silva, que 12 meses depois começaria a revezar como capitão do Arsenal; Juninho Pernambucano na melhor fase da carreira pelo Olympique de Lyon; Ronaldinho Gaúcho, então melhor do mundo e craque do Barcelona; e Ronaldo, que depois de três anos convivendo com lesões voltava a ser artilheiro por um clube.
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Dessa geração, nem Neymar é protagonista em seu clube. No Barcelona, a liderança de influência é de Andrés Iniesta e a liderança técnica é de Lionel Messi e Luis Suárez. Aqueles que mais se aproximam do protagonismo em grandes clubes nessa seleção de Dunga são Willian, no Chelsea, e Philippe Coutinho, no Liverpool, mas sem grande destaque.
A devoção que o Haiti tem pelo Brasil foi cunhada a partir de grandes protagonistas, como aqueles que disputaram o amistoso de 2004 na capital Porto Príncipe em meio à guerra civil que havia começado sete meses antes. Adversário nesta quarta-feira, o meia Jean Marc Alexandre afirmou que se sente abençoado por poder jogar contra a mesma seleção que ele assistiu em 2004 pela TV e que seu país aprendeu a adorar. "É uma bênção, é um sonho virando realidade. Lembro de vermos pela TV, nunca pensamos chegar a um estágio desse", falou. Para entrar no Jogo da Paz, como ficou conhecido, bastava trocar uma arma por um ingresso.
A seleção de Dunga mais uma vez não contará com o capitão Miranda, e precisa vencer o jogo que parece ter resultado óbvio nesta quarta-feira. O resultado e 0 a 0 contra o Equador na estreia e a vitória do Peru sobre o Haiti na primeira rodada do Grupo B fazem com que um empate nesta quarta complique as chances de classificação do Brasil às quartas de final - a última rodada, contra o Peru, acontece domingo, em Boston.
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