Acusado de estupro, Jobson também responde a processo por ameaçar cunhada
O jogador Jobson, preso na última quinta-feira no Pará acusado de estuprar quatro meninas entre 12 e 14 anos, responde, além desse caso, também a um processo criminal por ameaça, injúria e difamação de uma ex-cunhada.
Os supostos crimes, que teriam ocorrido no ano de 2013 e estão sendo julgados no Tribunal de Justiça do Distrito Federal, se somam a uma lista de infortúnios por que já passou o atleta ao longo da vida, que incluem uso de crack, prisão por dirigir embriagado, suspensões no futebol profissional e até - segundo já disse - ter sido vítima de tortura e racismo por parte de policiais.
O processo a que responde na Justiça do DF é fruto de uma queixa-crime apresentada pela irmã de uma ex-namorada do atleta, a quem Jobson teria ameaçado e xingado em redes sociais.
De acordo com a acusação, no dia 11 de janeiro de 2013, Jobson se envolveu em uma discussão pelo celular com a então namorada, que se encontrava junto com a irmã, que resolveu intervir e acabou com discutir com o jogador. Na sequência, conforme apresentado em documentos anexos aos processo criminal, o atleta foi a uma rede social e postou a seguinte mensagem: “VOU TE PEGAR NA RETA SUA GORDINHA, VOU TE MOSTRAR QUEM SOU VACILONA.”
Após a postagem, outras pessoas da rede social passaram a ofendê-la, com mais posts do jogador incitando os xingamentos. Indignada com as mensagens, a cunhada do atleta entrou em contato com ele dizendo que as postagens deveriam ser apagadas, ou ela iria a polícia dar queixa contra ele. O jogador respondeu: "Não vou tirar nada e não tenho medo de nada". Cópias de todas essas postagens constam no processo criminal que corre em Brasília.
Após o episódio, segundo informou à Justiça o advogado da vítima, a ex-cunhada de Jobson passou a sofrer humilhações. "Após todo o ocorrido, onde quer que vá, a vítima, que possui amigos do mesmo círculo de relações do atleta, se vê alvo de chacotas de conotação sexual, o que lhe causa imensa angústia e revolta e fez com que se isolasse cada vez mais de seu círculo", afirmou Willian Mariano Alves de Souza, do escritório Rodrigues Ribeiro Associados.
Além de pedir a condenação pelos crimes de ameaça, difamação e injúria (que somam pena de até dois anos de detenção), a defesa da vítima pede uma indenização por danos morais no valor de R$ 100.000. O processo se encontra em fase de conclusão. Jobson está sendo julgado à revelia, o que significa que jamais apresentou qualquer contestação dos fatos narrados ou defesa à Justiça. Assim, salvo o juizado encontre por si fraudes nas provas apresentadas, o atleta deverá ser condenado pelos crimes que lhe são imputados.
Álcool e drogas
As acusações de estupro e ameaça não são os únicos episódios negativos na carreira do atleta. Quando jogava pelo Botafogo-RJ, em julho do ano passado, Jobson foi preso por dirigir embriado em sua cidade natal, no interior do Pará.
Na ocasião, ele admitiu a conduta ilícita. Disse, contudo, que policiais militares abusaram de poder ao detê-lo já em sua casa por causa de seu comportamento no trânsito: "Fui surpreendido por dois soldados quando já estava em casa. Eles me agrediram. Bateram no meu rosto. Me arrastaram", relatou o jogador. "Foi tortura. Foi racismo." Ele passou dois dias preso e foi solto após pagar fiança de R$ 7.000.
Em outro episódio, em janeiro de 2010, Jobson pegou uma suspensão dos gramados por dois anos por uso de substância ilegal. Ele foi pego duas vezes em exames antidoping, e admitiu que era usuário de crack.
Finalmente, já neste ano, o jogador foi suspenso do futebol profissional até 2019, após punição imposta pela Federação Saudita de Futebol - onde atuava - por ter se negado a fazer um exame antidoping. A Fifa deu validade mundial à pena. Assim, quando e se o jogador puder voltar a atuar profissionalmente, será aos 31 anos de idade.
Na última quinta, horas depois de sua prisão pelas acusações de estupro, Jobson foi chamado a depor na Polícia Civil do Pará, mas seguiu recomendação de seu advogado e permaneceu calado.
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