Vasco paga R$ 12 milhões ao Benfica para não ser punido pela Fifa
O Vasco levou um duro golpe em seus cofres para saldar uma dívida com o Benfica, de Portugal. Com a ameaça de ser punido pela Fifa com a perda de pontos e até mesmo o rebaixamento de divisão, o clube se viu obrigado a efetuar um depósito de cerca de R$ 12 milhões ainda em referência a compra do atacante Eder Luis, em 2012.
Em nota oficial no site, o Cruzmaltino não poupou críticas à administração anterior, comandada por Roberto Dinamite. O clube ainda enfatizou que isso comprometerá os investimentos necessários.
Confira o comunicado na íntegra:
“Detalhes do pagamento ao Benfica
O Club de Regatas Vasco da Gama comunica o pagamento ao SL Benfica de 2,625 milhões de euros para encerrar o processo de cobrança pela compra do atacante Éder Luis. Com os impostos incidentes sobre remessas, o valor supera 3 milhões de euros, cerca de 12 milhões de reais.
A antiga direção do clube comprou o atleta junto ao Benfica em 2012 por 3,5 milhões de euros, efetuando apenas o pagamento de uma parcela de 875 mil euros. O pior: emprestou o jogador para o futebol árabe por um valor próximo ao da dívida e não pagou um tostão ao clube português.
Com um processo na Fifa, o Vasco já tinha perdido em todas as instâncias. Agora, o Benfica daria entrada no Tribunal Arbitral do Esporte e isso implicaria na imediata perda de pontos e, mantida a inadimplência, no rebaixamento de divisão. O pagamento teria que ser integral acrescido de multas.
O montante enviado ao Benfica representa um duro baque no programa de investimentos do clube e se soma a série de dívidas que estão sendo pagas desde Dezembro de 2014, quando o Presidente Eurico Miranda assumiu a direção do Vasco: dívidas fiscais, bancárias, com fornecedores, jogadores e clubes. Isso sem falar na degradação patrimonial.
No período foram pagos quase 40 milhões de reais em dívidas bancárias, 14 milhões de reais em impostos vencidos, renegociação da dívida fiscal e mantido o pagamento dos impostos em dia, além de 3 folhas de salários vencidos e fornecedores diversos. Mais de 100 milhões de reais em atrasados em cerca de um ano e meio. Acordos que evitassem penhoras foram feitos e representam hoje cerca de 3 milhões de reais mensais.
Em relação à compra de direitos econômicos de jogadores, o Vasco já pagou por atletas como Sandro Silva (Málaga), Guiñazu (Libertad), Yotun (Sporting Cristal), além de mecanismos de solidariedade de jogadores como Rômulo, Benitez e Montoya.
O quadro social do Vasco e seus torcedores precisam conhecer o nível de irresponsabilidade com o qual o clube foi conduzido pela antiga administração. Não há paralelo na história do Vasco. E é necessário saber que é preciso devolver à Instituição a capacidade de investimento. Muito já foi feito com a recuperação de boa parte da estrutura de São Januário, o controle da base e o comando no futebol. Mas o Vasco ainda paga o preço da irresponsabilidade. Uma administração eventualmente erra, isso é natural em qualquer lugar, mas o que foi feito no Vasco tem outro nome”.
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