Falcão traça estratégia de 'pronto socorro' e pede carinho com o Inter
Um trabalho de pronto socorro, com carinho da torcida e vitória antes de bom rendimento. Paulo Roberto Falcão chegou ao Internacional já dando sinais de sua estratégia para tirar o time da série de seis jogos sem vitória. Em sua apresentação oficial, nesta quarta-feira (13), o treinador ainda lembrou do calendário ao definir o momento atual como ideal para assumir o time do coração pela terceira vez.
“No começo não dá para mudar muito, a grande modificação é com a torcida. Fazer a torcida agarrar o time no colo. Dar carinho”, disse Falcão.
O discurso do ‘Rei de Roma’ evitou colocar o Inter como candidato ao título, a vaga para Libertadores ou qualquer outro objetivo. Em uma das respostas, lembrou o início do trabalho no Sport e usou o termo 'pronto socorro'. À época, o time de Recife vivia fase ainda pior que a atual do Colorado, mas os métodos utilizados em Pernambuco foram citados como medidas a serem adotadas no Beira-Rio.
“Esse é o momento onde a gente precisa ganhar. A medida que o resultado vier, o grupo vai pegar confiança. Vou conhecer mais eles. Se a gente puder fazer um bom jogo, melhor. O meu grande desafio, não quer dizer que vou conseguir, é montar um time que ganhe. E que fique com a marca de um time que ganhou e jogou bem. Se não, vira só marca estatística”, afirmou.
Paulo Roberto Falcão assume o Internacional pela terceira vez já vencendo uma barreira. A pedido dele, o clube topou fazer contrato de um ano. Mesmo que exista eleição presidencial em dezembro. O vínculo, assinado em um restaurante de Porto Alegre na noite de terça-feira, tem validade até julho de 2017.
Confira outras respostas do novo treinador do Internacional
RÓTULO DE BOM TEÓRICO E TÉCNICO LIMITADO
Claro que eu não concordo (risos)... é uma situação que me gratifica, com ex-atleta do clube e sendo treinador por duas vezes e a possibilidade de ir a Roma. Eu estou muito feliz, tenho noção exata do tamanho do desafio, mas felizmente as coisas na minha vida nunca foram fáceis. A minha vida sempre foi uma provação, não será diferente agora. No primeiro momento é conhecer bem a característica dos jogadores. O grupo realmente pode dar mais, vim para colaborar com eles na expectativa que a gente possa subir. O objetivo é esse: volta para casa, no time que me criei. Acho que é um bom momento para começarmos um trabalho.
ADAPTAÇÃO DO TIME AS NOVAS IDEIAS
O desafio é não confundir velocidade com pressa. Algumas coisas achque precisam ser modificadas. Respeitando todo mundo, o Argel certamente deixou coisas boas. Mas vou tentar colocar coisas que acho que um time de futebol tem que ter. Você tem que criar um esquema que valorize as características dos jogadores que você tem. É preciso montar um esquema onde a gente possa tirar todo potencial deles.
CONTRATO DE UM ANO ANTES DE ELEIÇÃO PRESIDENCIAL
Acima de tudo está a instituição. O patrimônio do clube é o respeito, a marca. Todo mundo vai puxar para o mesmo lado na busca por melhores resultados. Eu vivo daqui para frente, o que passou já passou. A gente não encontra ninguém olhando para trás.
FASE ATUAL DO INTER E NECESSIDADES
A gente chegou ao Sport e o aproveitamento era pequeno, em 12 lugar. O trabalho feito foi de pronto socorro. Primeiro (é ir) valorizando, mostrando que ninguém joga no Internacional se não tiver qualidade. Recuperar jogadores que eventualmente podem estar inseguros. Eu joguei aqui, sei as dificuldades. O Inter ganhou muito, então a cobrança é grande. O meu objetivo é conversar com os jogadores, ter noção do que vinha sendo feito. Falei com o Odair, vi o que planejaram para o jogo com o Palmeiras. No começo não dá para mudar muito, a grande modificação é com a torcida. Fazer a torcida agarrar o time no colo. Dar carinho.
OBJETIVO DO ANO COM O ATUAL ELENCO
Evidente que eu conheço os jogadores, mas no dia a dia é outra coisa. Ver o aspecto emocional. Mas eu gosto de um time que jogue bola. Um goleiro que jogue com os pés, um jogo por baixo. Eu vou tentar isso. O chutão é uma ilusão de 10 segundos, a bola volta. Você tem que tentar criar uma confiança para o time fazer isso. Para não dar chutão tem que ter aproximação, opção. Agora a ideia é mexer o menos possível. Temos quatro dias até o jogo. Eu gosto de um time que possa se compactar bem, com marcação. Qualquer treinador diria isso, mas o desafio é botar isso em prática.
BOM RENDIMENTO LOGO NO COMEÇO
Esse é o momento onde a gente precisa ganhar. A medida que o resultado vier, o grupo vai pegar confiança. Vou conhecer mais eles. Se a gente puder fazer um bom jogo, melhor. O meu grande desafio, não quer dizer que vou conseguir, é montar um time que ganhe. E que fique com a marca de um time que ganhou e jogou bem. Se não, vira só marca estatística.
TRABALHO COM O GRUPO
Tenho que me nutrir das maiores informações possíveis de quem estava aqui. De longe a gente se engana, para o bem e para o mal. Não trabalho com imposição, gosto de convencimento. De argumentação com consistência. Se não, não dura. O que faz você montar um time é eles acreditando na ideia. Evidente que eu cobro, principalmente de que pode dar mais.
TEMPO PARA TRABALHAR O TIME
O momento é bom, embora faltem cinco rodadas para terminar o turno, teremos umas semanas para trabalhar. Vamos procurar acelerar o que for possível. Sem que isso passe por pressa. Não vou viver jogo a jogo, mas não podemos ter coisas... Convicção sim, mas não necessariamente resposta para tudo. Minha resposta: meu contrato é de um ano.
MUDANÇAS DA POSTURA DO TIME
Esse time precisa de carinho. E esse carinho vindo da torcida, pode fazer o jogador dar o plus. Não gosto de trabalhar só em cima da motivação, quero trabalhar na qualidade de jogo.
ABORDAGEM DIFERENTE COM ELENCO JOVEM
Sempre volto a história do conhecimento deles. Quando você tem uma postura, uma maneira de encarar as coisas, você se adapta. Evidente que é diferente falar com um garoto de 19 e um cara de 34 anos. O que não pode mudar é a postura. É um grupo jovem, mas tem gente experiente. Essa mescla nos faz pensar em alguma coisa muito boa.
ÚLTIMA PASSAGEM COMO TÉCNICO DO CLUBE
É difícil fazer comparações. A comparação é muito difícil, pode gerar injustiças. O que quero é viver esse momento, de volta ao Internacional. É um reconhecimento da direção que está me trazendo. Se a gente começa a olhar para trás, não vê ninguém. Só olhando para frente vamos ver gente. O Internacional começo ontem, a meu ver. Quero pensar daqui para frente.
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