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Novo xerife do Grêmio fica surpreso com chance no Brasil e se diz adaptado

Kannemann rebate a bola e acerta jogador do Fluminense em partida na Arena - Rodrigo Rodrigues/Grêmio
Kannemann rebate a bola e acerta jogador do Fluminense em partida na Arena Imagem: Rodrigo Rodrigues/Grêmio

Jeremias Wernek e Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

18/10/2016 06h00

Não demorou para Walter Kannemann conquistar a torcida do Grêmio. O estilo do argentino de 25 anos foi logo responsável para um lugar no time, um espaço na preferência dos aficionados e o casamento com as características de Pedro Geromel. Tradicional, forte, aguerrido, o gringo se surpreendeu com a oportunidade de jogar no Brasil e diz que Porto Alegre lembra cidades argentinas. 

Mesmo com carreira profissional já longa, o Grêmio é apenas o terceiro time da trajetória do jogador. Se criou e fez nome no San Lorenzo, onde conquistou a Libertadores e marcou Cristiano Ronaldo no Mundial de Clubes. Esteve sem muito sucesso no futebol do México defendendo o Atlas e pediu liberação para jogar no Tricolor.
 
A negociação, contudo, não foi fácil. Seu agente mudou ao menos três vezes as bases salariais e de comissão. O Grêmio já desistia do negócio quando o próprio atleta telefonou para a direção. Disse que resolveria pessoalmente as pendências com seu clube, que era responsável por acertar-se com o empresário, e que tudo estava alinhado para vestir azul, branco e preto. Dois dias após o telefonema, desembarcou em Porto Alegre para realizar exames e assinar contrato. 
 
Só tal conduta já agradou os aficionados. Um homem que toma a frente de suas atitudes não poderia ser tão diferente disso em campo. E depois de oscilar no começo pela falta de adaptação ao futebol daqui, conseguiu um lugar na equipe. Depois de superar a barreira da língua, apenas. "Estou tentando entender (o português), mas o segredo é falar. Não é fácil, é bem difícil", disse ao UOL Esporte. 
 
Ao todo foram 11 partidas com a camisa azul, branca e preta até agora. E a chance no futebol brasileiro o surpreendeu. "Não imaginei, mas era um sonho meu jogar aqui. Sempre gostei da história do futebol brasileiro. Mas não imaginei que isso fosse acontecer", completou. 
 
Adaptado à cidade, o jogado garante que foi fácil se encontrar na capital gaúcha, que de alguma forma lembra sua terra natal. "Estou muito contente de estar aqui, morando aqui. A cidade é ótima, me lembra a Argentina", completou. 
 

Casamento em campo

 
As características de Kannemann completam as de Pedro Geromel. Enquanto o brasileiro é mais técnico, aplicado taticamente, de imposição pelo posicionamento e não adepto do futebol de força, o argentino corre, distribui carrinhos e pancadas, afasta a bola, o adversário e tudo mais que tiver pela frente. 
 
"Eu estou muito contente com meus dois zagueiros. Eles têm jogado muito bem. Falava-se muito quando eu cheguei aqui nos problemas defensivos do time. Resolvemos isso. São jogadores que vão nos ajudar muito, pode ter certeza", disse o técnico Renato Gaúcho. 
 
Desta forma, um problema que acompanhava o Tricolor desde o início da temporada parece resolvido. Depois de testar Kadu, Fred, Bressan, Thyere e Wallace Reis, Kannemann finalmente virou o par mais indicado para Geromel. 
 
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