Blogueiros: títulos na China não salvam Felipão, e conta do 7 a 1 é eterna
Poucos foram tão estigmatizados após o 7 a 1 como Luiz Felipe Scolari. Muitos dos jogadores voltaram a ser chamados pela seleção e não perderem prestígio em seus clubes, mas Felipão acabou como símbolo de críticas aos treinadores brasileiros por estarem defasados e há dois anos está no distante futebol chinês.
Lá, no entanto, vem colecionando títulos. Levou o Guangzhou Evergrande à tríplice coroa local em 2016, com títulos do Campeonato Chinês, Supercopa da China e Taça da Copa chinesa. Já havia levado em 2014 o continental da Ásia.
Afinal, os resultados são suficientes para mostrar que as críticas ao técnico por estar ultrapassado foram injustas? O 7 a 1 vai sempre perambular a carreira do treinador? Os blogueiros do UOL Esporte respondem.
Títulos na China significam algo? Felipão está ultrapassado? Como será lembrado daqui a uns anos?
André Rocha
Títulos na China para quem já ganhou quase todos os outros mais relevantes, tirando Copa América e Mundial Interclubes, representa muito pouco ou quase nada. A liga de lá, embora em ascensão, ainda não é parâmetro.
Felipão está ultrapassado. A derrota para a Alemanha, a escolha de Bernard por intuição enquanto o relatório técnico-tático apontava em outra direção são provas de que precisa se atualizar. As críticas são justas, inclusive por toda a Copa. O time entrou em pânico porque os jogadores sabiam que a equipe era totalmente desorganizada.
Avallone
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Parabéns ao Felipão por mais essa conquista, se bem que não sei dizer, ao certo, qual a importância - em termos mundiais - desse título: o Guangzhou Evergrande sobra no futebol chinês e é campeão quase todo anos, agora com Felipão e antes dele também.
Evidentemente, [título na China] não é suficiente para apagar os 7 a 1 sofridos diante da Alemanha, no Brasil, na Copa de 2014. Mas é claro que não foi apenas Felipão o culpado - os jogadores também tiveram importante parcela, embora o treinador não tenha conseguido evitar o apagão que nos custou a goleada e rendeu aos alemães vários gols.
Juca Kfouri
Como a passagem pelo Grêmio não foi boa, as conquistas na China não mudam o cenário.
[Daqui a alguns anos, como será lembrado] No Brasil, pelo 7 a 1. No mundo, pelo pentacampeonato.
Menon
Já estava ultrapassado antes da Copa. Não foi bem no Palmeiras. Depois da Copa, não foi bem no Grêmio. Será lembrado mais pelos 7 a 1, o que é uma grande injustiça.
Posição de Felipão na história do futebol brasileiro
André Rocha
O tempo cura muitas chagas. Mas também sabe ser cruel. Campeão do mundo Feola, Aymoré Moreira, Zagallo e Parreira também foram. 7 a 1 numa semifinal de Copa em casa só Luiz Felipe Scolari.
Avallone
Num balanço, no entanto, diria que Felipão teve carreira vitoriosa, com vários sucessos e alguns fiascos. Ganhou a Libertadores com Grêmio e Palmeiras, perdendo, depois os mundiais para Ajax e Manchester United; foi campeão brasileiro pelo Grêmio, em 1996; quarto colocado na Copa do Mundo de 2006 por Portugal; vice- campeão da Eurocopa por Portugal, mas perdendo a final para o modesto futebol da Grécia. E em seu melhor trabalho, em minha opinião, armando estratégia para um trio infernal- Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno e Rivaldo- comandou o Brasil na conquista da Copa do Mundo 2002.
Logo, apesar do vexame dos 7 a 1, Felipão cumpriu bem - e ainda cumpre - sua missão de técnico.
Juca Kfouri
Está entre os cinco maiores.
Menon
Coloco Felipão entre os cinco melhores técnicos do Brasil. Ao lado de outros vencedores de Mundial, como Vicente Feola, Zagallo, Aimoré Moreyra e com Telê Santana, o fantástico perdedor de 1986. Cláudio Coutinho pode entrar nessa lista, talvez em lugar de Moreira.
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