STJD denuncia times, jogador e até gandula por confusão na final da Série C
A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) ofereceu denúncia nesta terça-feira (8) contra as infrações na partida Boa Esporte 3 x 0 Guarani, válido pelas finais da Série C do Campeonato Brasileiro. A entidade ainda entrou com um pedido de liminar para interdição do Estádio Dilzon Melo, o Melão, em Varginha (MG).
Na partida em questão, o gandula Talysson Faustino Chagas foi expulso aos 15 min do segundo tempo por, segundo a súmula da partida, “arremessar uma bola de forma intencional e com uso de força excessiva, na altura do peito do preparador de goleiros da equipe do Guarani Futebol Clube, o senhor Gléguer Zorzin”. “Informo que este não revidou a agressão sofrida pelo gandula”, completa.
Cinco minutos depois, o zagueiro Ferreira, do Guarani, também foi expulso por acertar uma cotovelada em Rodolfo, atacante do Boa. Irritado com o cartão vermelho, o jogador partiu para cima do árbitro Marcos Mateus Pereira, sendo contido pelos companheiros. O lance também foi relatado na súmula da partida.
Ainda segundo o documento, aos 40 min da etapa final, a arbitragem paralisou o jogo por dois minutos ”devido à ocorrência de fogos sinalizadores no setor do estádio onde se encontrava a torcida do Guarani”.
“Após o término da partida, iniciou-se um tumulto generalizado no setor do estádio onde se encontrava a torcida do Guarani, corrimões metálicos foram arrancados pelos torcedores e jogados arquibancada abaixo. Foi necessário a intervenção da Polícia Militar”, acrescenta o documento. A Procuradoria do STJD afirma ainda que catracas foram atiradas ao fosso que cerca o gramado.
Segundo comunicado divulgado pelo STJD, as denúncias atingiram cinco alvos: o zagueiro Ferreira, o gandula Talysson, a Federação Mineira de Futebol, eos dois clubes que disputaram a decisão da Série C.
Os pedidos de liminar serão analisados pelo presidente do STJD, Ronaldo Botelho Piacente.
Confira as denúncias contra cada envolvido:
Boa EC
O Boa, mandante da partida, foi denunciado por não ter cumprido o regulamento da competição (artigo 191, inciso III, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva) a respeito da contratação de gandulas – no caso, Talysson. A multa do clube pode variar entre R$ 100 e R$ 100 mil.
Além disso, a equipe mineira também responderá por deixar de manter o estádio com infraestrutura necessária para garantir a segurança para a realização da partida (artigo 211) e pelas desordens e lançamento de objetos (artigo 213, incisos I e III, parágrafo 1º). A pena também pode chegar a R$ 100 mil em cada artigo, sendo que no primeiro caso pode incluir ainda a perda de mando de campo.
“Em razão da gravidade dos fatos, e considerando a completa ausência de infraestrutura, a Procuradoria solicita, através de liminar prevista no artigo 211, a interdição integral e imediata do estádio”, diz a nota do STJD, “até que se comprove, efetivamente, condições de segurança a integridade física dos torcedores e demais participantes para a realização de partidas de futebol”.
Guarani FC
Visitante na partida, o clube de Campinas foi denunciado por não prevenir e reprimir desordens e lançamento de objetos. Por isso, segundo o STJD, “responderá ao artigo 213, §1º e 2º, por duas vezes, na forma do artigo 184 que pede o somatório das penas”.
A Procuradoria quer que, em razão da truculência apresentada, seja aplicada pena máxima de perda de mandos de campo com portões fechados.
Ferreira (zagueiro do Guarani)
O zagueiro foi denunciado pela expulsão no segundo tempo, por praticar jogada violenta (artigo 254), e por agressão física contra a arbitragem (artigo 254-A, parágrafo 3º). A pena do camisa 3 pode ser de até seis jogos de suspensão pelo primeiro artigo, e de pelo menos 180 dias se condenado pelo segundo artigo.
Talysson (gandula)
O gandula foi denunciado por atirar uma bola com violência contra o preparador de goleiros do Guarani FC, Gléguer Zorzin. Por isso, responderá por ato desleal ou hostil (artigo 250). Se condenado, Talysson pode ser suspenso por um período entre 15 e 60 dias.
Federação Mineira de Futebol (FMF)
A entidade é considerada responsável por fiscalizar o quadro de gandulas. Por conta do incidente de Talysson, foi denunciada (também n artigo 191, inciso III), podendo receber multa de até R$ 100 mil
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