Em meio à tensão política, México vence EUA fora de casa nas Eliminatórias
Os últimos dias foram particularmente turbulentos na já turbulenta relação entre Estados Unidos e México. Diante da eleição do republicano Donald Trump à presidência norte-americana para os próximos quatro anos (2017 a 2020), os mexicanos passaram a conviver com possibilidades nada agradáveis – desde a deportação pouco criteriosa de imigrantes sem documentos até a construção de um muro na fronteira entre os dois países.
Nesta sexta-feira, porém, a tensão ficou em segundo plano na cidade de Columbus, em Ohio, palco da partida entre as seleções dos dois países pela terceira fase das Eliminatórias da Concacaf para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. O jogo encerrou a primeira das dez rodadas do minitorneio que define os classificados de Américas Central e do Norte (mais Caribe) ao próximo Mundial de seleções da Fifa.
Em campo, porém, foi o México que levou a melhor, vencendo por 2 a 1 com direito a um gol no fim da partida. Miguel Layun e Rafael Marquez fizeram para os visitantes, enquanto Bobby Wood anotou para os mandantes. Assim, os mexicanos largaram na frente por uma vaga na Copa 2018.
Palco polêmico?
A realização do jogo poucos dias após a eleição de Trump à presidência dos EUA foi cercada de polêmicas. Entre elas, a escolha do palco do jogo: o Mapfre Stadium, em Columbus. Embora o estado de Ohio seja considerado um “swing state” nas eleições (ou seja, sem predominância histórica de Republicanos ou Democratas), os mexicanos não gostaram da escolha por dois motivos: a torcida norte-americana, mais fiel ali do que em outras regiões, e a pouca presença de imigrantes. Diante da esperada minoria nas arquibancadas, os dirigentes mexicanos reclamaram de poucos ingressos para sua torcida.
Palco histórico - culpa do 'Dos a Cero'
A seleção dos Estados Unidos, entretanto, tem muito carinho com a cidade de Columbus, em especial como local de jogos contra o México. Foi lá que, em 2001, a equipe derrotou a adversária por 2 a 0, com gols de Josh Wolff e Earnie Stewart, e quebrou um tabu histórico: foi a primeira vitória dos norte-americanos contra os vizinhos do sul em Eliminatórias para Copas do Mundo desde 1980. Foi, de quebra, a terceira vitória por 2 a 0 placar em pouco tempo - os EUA bateram o México na Copa Ouro de 1991 e em amistoso em 2000 pelo mesmo placar. A torcida dos Estados Unidos se refere com frequência àquele jogo de 2001 como o Dos a Cero, apelido que acabou 'batizando' o dérbi.
México sai na frente
Os mexicanos, porém, trataram de evitar que o 2 a 0 de Columbus não se repetisse em 2016. Aos 20 min do primeiro tempo, Miguel Layun aproveitou a sobra de bola na intermediária e arriscou um chute cruzado pela esquerda – a bola ainda desviou na defesa americana antes de morrer nas redes do gol de Tim Howard. O goleiro acabou deixando o gramado ainda no primeiro tempo, lesionado, dando lugar a Brad Guzan aos 40 min. Aos 24 min, Carlos Vela teve a chance de ampliar para os mexicanos, mas acertou a trave.
No segundo tempo, o Uno a Uno veio rápido
Após o intervalo, os Estados Unidos precisaram de pouco tempo para fazer 1 a 1. Aos 4 min, em rápido contra-ataque, Bobby Wood recebeu na entrada da área, passou no meio da dupla Hector Moreno e Miguel Layun, e tocou na saída do goleiro Alfredo Talavera para igualar o marcador.
Depois do empate, os dois times tiveram poucas chances de assumir a liderança no marcador. Aos 32 min, Jozy Altidore arriscou cobrança de falta perigosa, mas parou em Talavera. Um minuto mais tarde, Hirving Lozano cruzou a bola rasteira na área, mas ninguém apareceu para escorar. Tudo caminhava para um empate, até que...
Dos a Uno: Veterano resolve
Aos 43 min do segundo tempo, o veterano zagueiro Rafael Marquez (ex-Barcelona e Monaco) recolocou os mexicanos em vantagem. Após cobrança de escanteio pela esquerda, o capitão do México desviou de cabeça e superou o goleiro Brad Guzan para fazer 2 a 1, dando números finais ao jogo.
A situação na Concacaf
Pela primeira rodada do hexagonal da Concacaf que dá vagas à Copa do Mundo de 2018, o Panamá venceu Honduras fora de casa por 1 a 0, enquanto a Costa Rica visitou Trinidad e Tobago e também venceu: 2 a 0.
Assim, os costarriquenhos lideram à chave (três pontos, saldo +2), à frente dos mexicanos (três pontos, +1 de saldo, dois gols marcados) e dos panamenhos (três pontos, saldo de +1, um gol marcado). Os EUA estão em quarto lugar (nenhum ponto, saldo -1, um gol marcado). Honduras vem em quinto lugar (nenhum ponto, saldo -1, nenhum gol marcado), com Trinidad e Tobago em sexto (nenhum ponto, saldo -2).
As seis equipes voltam a entrar em campo na próxima semana para os jogos da segunda rodada. Na terça-feira (15), Honduras recebe Trinidad e Tobago. No dia seguinte, os EUA visitam a Costa Rica, enquanto o Panamá hospeda o México.
No hexagonal, todas as seleções se enfrentam em turno e returno. Ao final de dez rodadas, os três primeiros colocados garantem vaga direta à Copa do Mundo de 2018, na Rússia. O quarto colocado disputa a repescagem contra o quinto colocado das Eliminatórias Asiáticas.
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