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Campeão de 78 defende Messi e diz que ele não é feliz na seleção argentina

Messi ainda busca primeiro título pela seleção argentina principal - DOUGLAS MAGNO/AFP
Messi ainda busca primeiro título pela seleção argentina principal Imagem: DOUGLAS MAGNO/AFP

Do UOL, em São Paulo

21/11/2016 13h50

Técnico campeão com a Argentina em 1978, César Luis Menotti acredita que o rendimento irregular de Lionel Messi na seleção está relacionado com a diferença no estado de espírito que encontra no país em relação ao que está acostumado no Barcelona.

Em entrevista ao jornal espanhol “Sport”, Menotti diz que a pressão exercida pela mídia e torcedores acaba tirando a felicidade de ele jogar pela seleção. Mesmo sendo o melhor jogador da Argentina nos últimos anos.

“No Barcelona ele é feliz. Aqui parece que você não pode permitir. É tanta angústia que vivemos que não deixam ele ser feliz, porque o ambiente não é bom, a equipe não joga bem. Sem Messi não teríamos passado da primeira rodada da Copa do Mundo. Quando tudo parece desmoronar na Argentina, Messi aparece e constrói. Mas não é feliz porque é um cenário de rancores. Nós vivemos assim”, analisou.

Mesmo recebendo muitas críticas e pressão, Messi foi o principal jogador da Argentina nas três últimas campanhas de destaque do país, chegando à final das edições de 2015 e 2016 da Copa América e da Copa do Mundo de 2014.

Porém, a sequência de vice-campeonatos fez o jogador desabafar após a última decepção, sinalizando um adeus após a derrota para o Chile no torneio continental. Messi repensou a sua decisão e, de volta, foi decisivo em duas vitórias argentinas nas Eliminatórias, contra Uruguai e Colômbia.

Para Menotti, os problemas do futebol argentino são muito maiores do que o rendimento de Messi. "Há uma tensão gerada pela mediocridade cultural que rodeia este meio. Para se ter um futebol cinco estrelas tem que respeitá-lo, cuidar dele, e nós não fazemos nada disso. E surgem esses jogadores que estão em primeiro nível em toda a Europa, mas sentem o peso porque há urgência de sucesso", disse.

"Eu não entendo, porque nunca foi feito nada para a Argentina ganhar. Não se preparam bem, mudam sete treinadores em dez anos.... Eles jogaram três finais e os argentinos dizem que o segundo não serve para nada. Não sei de onde tiramos que temos que ser bem sucedido no futebol e ganhar de todo o mundo ", completou.

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