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Atrasos, má forma e postura selaram afastamento de Willians no Corinthians

Willians, volante dispensado pelo Corinthians - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Willians, volante dispensado pelo Corinthians Imagem: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Dassler Marques e Thiago Fernandes

Do UOL, em São Paulo e Belo Horizonte

23/11/2016 06h00Atualizada em 24/11/2016 12h48

A decisão de afastar Willians dos últimos três jogos da temporada do Corinthians não foi baseada apenas na discussão com torcedores na porta do CT Joaquim Grava, no sábado passado. Na verdade, o volante tinha um dos piores conceitos entre os atletas do elenco em 2016, apesar de salário considerado bastante elevado pela realidade do clube. 

"O bate boca teve 10% de peso na decisão", resumiu o diretor de futebol Flávio Adauto.

Em contatos no início do ano, a comissão técnica de Tite já havia sido alertada pelo histórico recente ruim de Willians no Cruzeiro (ver mais abaixo). Naquela ocasião, Mano Menezes, treinador cruzeirense em 2015, e Geraldo Delamore, auxiliar, tinham sido contatados para buscar referências do atleta. Visto por Tite como substituto ideal para a perda de Ralf, ele acabou adquirido por um ano. 

Em salários, o investimento para contar com Willians foi de aproximadamente R$ 5 milhões no ano, mas não se justificou. No aspecto disciplinar, as reclamações internas quanto ao volante são de atrasos frequentes para atividades e de uma rotina inadequada para atletas profissionais. O vigor físico, em outros momentos, foi a marca registrada do atleta por Flamengo, Cruzeiro e Internacional. No Parque São Jorge, ele chegou a ser baixa em treinamento. 

À reportagem, dois companheiros de Willians também citaram que o jogador também não era aberto a opiniões de terceiros. Eventualmente, reclamava de conselhos recebidos. Mesmo assim, o elenco do Corinthians deu demonstração pública de apoio após vaias da torcida em partida pelas quartas de final da Copa do Brasil, diante do Cruzeiro. Um de seus principais amigos no grupo era o experiente Cristian. 

Publicamente, Willians assumiu ter deixado a peteca cair durante a gestão de Cristóvão Borges, até agosto, em que ele esteve mais distante da equipe. Já com Oswaldo, o volante entendia atravessar um período de evolução, com mais espaço no time e uma atuação elogiada contra o Flamengo. Mesmo assim, as críticas internas e externas às atuações dele se seguiram. Foi um dos piores em campo na derrota por 4 a 0 para o São Paulo. 

Mesmo assim, a saída dele já estava encaminhada e foi apenas antecipada. Recentemente, por ocasião do retorno de Marciel, enviado em troca ao Cruzeiro, a equipe mineira foi consultada se não gostaria de ter Willians. Os cruzeirenses recusaram a sugestão, mas já estava evidente que o Corinthians não contava com ele para 2017. 

Cruzeiro se preocupa com extracampo que já gerou saída para o Corinthians

Willians ainda tem contrato com o Cruzeiro, mas sua utilização depende de um fator: o comportamento extracampo. Os problemas de conduta em São Paulo foram repassados aos mineiros. E o detentor de seus direitos econômicos já demonstra preocupação com o caso.

O fato incomoda os cruzeirenses por dois motivos. O contrato de Willians se encerra somente em 30 de janeiro de 2018. Portanto, caso permaneça em Belo Horizonte, o volante terá que apresentar um melhor comportamento. O outro ponto é a desvalorização no mercado da bola. O clube teme que um possível interessado mude de ideia devido às atitudes recentes do meio-campista.

O curioso é que um dos motivos para o empréstimo do meio-campista ao Corinthians, no início de fevereiro, foi o perfil extracampo. Devido à badalada vida fora dos gramados, o atleta ficou fora dos planos da comissão técnica à época. Deivid chegou a trabalhar com o jogador na pré-temporada, mas aceitou o seu empréstimo a partir de fevereiro.

A recusa recente de Mano pela volta de Willians surpreendeu, uma vez que ele foi peça fundamental na recuperação do Cruzeiro em 2015, na primeira passagem do comandante pela Toca da Raposa II. À época, o meio-campista disputou 14 partidas das 16 de Mano, todas na condição de titular. 

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