Diretor da Lamia diz que piloto era confiável, mas questiona conduta
O diretor da LaMia, Gustavo Vargas, diz não acreditar na possibilidade de a tragédia com o voo da Chapecoense ter ocorrido por falha no cálculo do combustível feito pelo piloto. Quem pilotava a aeronave era o dono da empresa, Miguel Alejandro Murakami.
No entanto, Vargas pede investigação para apurar se de fato houve falta de combustível.
“A versão de falta de combustível é muito difícil. Era um piloto muito experiente”, começou Vargas ao El Tiempo.
“Estamos esperando a investigação. Mas se for considerado que não havia combustível, ele teria que ter entrado em Bogotá para reabastecer”, acrescenta o diretor da Lamia.
Chovia e ventava bastante na madrugada de terça, o que inclusive dificultou o trabalho das equipes de busca que tentaram chegar ao local do acidente, uma região montanhosa a alguns quilômetros do aeroporto onde o avião deveria pousar.
A Lamia atua apenas com voo fretado. A ideia inicial era que o elenco da Chapecoense embarcasse do Brasil diretamente para a Colômbia, mas a empresa não teve autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). O avião decolou com o elenco em Santa Cruz de La Sierra em direção a Medellin. A distância entre os dois aeroportos é de aproximadamente 2,9 mil quilômetros.
O veto da ANAC pode ter tumultuado o plano de voo feito pelo piloto.
“De Santa Cruz teria que ir para Cobija [rota de abastecimento], que fica na Bolívia. E de Cobija teria que ir para Medellin. Mas eles foram direto até Bogotá [outra rota de abastecimento] e de lá teria a possibilidade de seguir ou aterrissar em Bogotá. Era de noite. E por essa negociação com o Brasil [em referência ao veto da ANAC] se complicou um pouco. Mas, pelo visto, se o piloto continuou é porque podia”.
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