Apresentado no Inter, Zago quer 'se redimir' de ato racista quando jogador
Antes mesmo de ser questionado sobre qualquer coisa, Antonio Carlos Zago falou sobre algo que marcou sua carreira como jogador de futebol. Apresentado técnico do Inter, disse querer se redimir do ato racista contra Jeovânio, do Grêmio, em 2005. Na ocasião ele defendia o Juventude como atleta.
"Tenho que falar sobre uma mancha na minha carreira. O que aconteceu o Juventude, do racismo. Todos erram, não fui só eu que errei, já paguei por isso na Justiça Comum e em conversas com Deus já fui perdoado e isso é o mais importante. Venho trabalhar em um clube pioneiro em abrir as portas para pessoas da raça negra no Estado. É uma oportunidade de me redimir de tudo aquilo que eu fiz em campo", disse o treinador.
Antonio Carlos dividiu uma bola com o volante gremista, começou uma confusão e entre troca de xingamentos apontou para o braço sinalizando a pele do rival, negro. Mas se mostrou totalmente arrependido disso agora.
"Dentro de campo como jogador eu não olhava na cara de ninguém, procurava passar por cima de qualquer um. Era minha característica. Tive o dom de ser jogador de futebol, de tirar minha família da pobreza, era minha oportunidade e graças a Deus consegui. Em cima de alguns erros que cometi. Agora aos poucos vou mostrando a pessoa que sou", completou.
O ato racista ocorrido no jogo entre Grêmio e Juventude em 2005 já prejudicou fortemente a imagem de Zago mesmo depois do fim de sua carreira como atleta. Em 2009, ele estava para ser contratado pelo Vasco para comandar o clube em 2010 e tão logo o nome passou a ser cogitado a torcida se organizou contra. Com slogan 'Racista, não!', vetaram o nome do treinador.
Antonio Carlos assume o Inter no pior ano de sua história. O Colorado disputará a segunda divisão em 2017 e precisará se reerguer para voltar à elite.
"Aconteceu com Inter, como com grandes do futebol brasileiro. A Série B precisa de um time forte, não será fácil. O jogador precisará ter vontade de sofrer na B, é diferente da A. Temos que montar um time competitivo e voltar a dar alegria aos torcedores", explicou.
Mas o desafio imposto pela situação do Internacional agradou o treinador. Além da mancha na carreira, Zago se animou com a perspectiva de recuperar a imagem do clube.
"Fico orgulhoso, tive várias propostas. É o reconhecimento dos últimos anos de trabalho. Mas o Inter é diferente. É uma das grandes equipes do Brasil, tem uma história muito bonita no futebol e poder defender as cores do Inter é uma honra e uma forma de resgatar o que eu disse, da macha na minha carreira. Pelas pessoas, pelo contato que tive com a direção, por tudo isso", afirmou. "É meu primeiro grande clube, espero recolocar o Inter no local onde nunca deveria ter saído. É uma das maiores equipes do futebol, de vagar, conhecendo o clube, espero conseguir os títulos. Esperamos recolocar o Inter onde merece", completou.
Antonio Carlos assume o Internacional ao lado do auxiliar Galeano e também traz do Juventude o preparador físico Carlos Pacheco. No time da Serra, ele conseguiu no ano passado subir para a segunda divisão do Brasileiro e foi vice-campeão gaúcho.
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