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Os sete capítulos do calvário de Gabigol na Inter de Milão

Gabigol em uma rara aparição pela Inter; ex-santista teve pouco espaço na Itália - Elisabetta/Baracchi/ANSA/AP
Gabigol em uma rara aparição pela Inter; ex-santista teve pouco espaço na Itália Imagem: Elisabetta/Baracchi/ANSA/AP

Do UOL, em São Paulo

23/12/2016 06h00

Gabigol deixou o Brasil como estrela de um dos principais clubes do país, vendido com grande expectativa para um grande europeu enquanto aspirava um lugar na seleção brasileira titular. Seis meses depois, jogou apenas 20 minutos na Inter de Milão, foi criticado pela forma física, pode ser negociado e agora leva bronca até por tentar fazer graça em campo. Como o campeão olímpico saiu da glória olímpica no Rio de Janeiro para o calvário na Itália?

O UOL Esporte mostra, passo a passo, como a vida de Gabigol mudou nos últimos seis meses:

1 – Contratado, mas fora da Liga Europa

Gabigol posa com a camisa da Inter -  -

Gabigol foi disputado por Juventus e Inter e optou pelo time de Milão em detrimento da atual pentacampeã italiana. Em baixa, a Inter parecia poder oferecer ao atacante mais tempo de jogo. Embora tenha chegado à Itália após a pré-temporada, ele parecia agradar Frank de Boer, então técnico do time. “Ele vai estar com o restante do elenco em breve e vai nos dar uma nova opção. Nós estamos desesperados para ele esteja apto para poder nos ajudar”, disse o holandês.

O primeiro sinal prático, no entanto, não foi positivo. Gabriel ficou fora da lista da Inter para a Liga Europa, única competição europeia que a equipe disputa na temporada. “É questão da Inter de me deixar na Itália um pouco mais. Vai ter muitas viagens na primeira fase e querem me adaptar. Até porque não tive férias e só vou ter em junho do ano que vem”, disse o atacante ao UOL Esporte, já sinalizando algum incômodo.

2 – Depois da estreia, o primeiro alerta

VEJA LANCES DA ESTREIA DE GABIGOL PELA INTER

Gabriel fez seu primeiro jogo oficial contra o Bologna, pelo Campeonato Italiano. Entrou a 16 minutos do fim, quando a Inter empatava por 1 a 1. Em um jogo tenso, foi improvisado na ponta direita, arriscou dribles e mexeu com a torcida, mas não mudou o jogo e viu e De Boer falar com cautela. “Sabemos que pode fazer melhor”, disse o treinador.

3 – Forma física passa a ser questionada

Com poucas oportunidades na Inter de Milão, Gabigol pode retornar ao Santos por meio de um empréstimo - AFP / GIUSEPPE CACACE - AFP / GIUSEPPE CACACE
Imagem: AFP / GIUSEPPE CACACE

Os minutos escassearam depois da estreia. Gabigol passou a ser utilizado apenas em jogos-treino da Inter e demorou quase três meses para voltar a entrar em campo de forma oficial. A explicação? Aquela pré-temporada que ele deixou de fazer por conta da Olimpíada fez a diferença, aparentemente, e Frank de Boer falou que ele estava fora de forma. “Ele ainda não está bem fisicamente”, disse o holandês, de forma taxativa.

4 – De Boer caiu. Gabriel seguiu no banco

Frank de Boer, técnico da Internazionale - AFP PHOTO / Giuseppe Cacace - AFP PHOTO / Giuseppe Cacace
Imagem: AFP PHOTO / Giuseppe Cacace

O mau desempenho da equipe dez Frank de Boer ser demitido no começo de novembro. Era um alento para quem achava que o holandês “perseguia” Gabriel, que agora poderia ter uma nova chance. Stefano Pioli, que assumiu o clube, foi o técnico responsável por alçar Felipe Anderson à condição de estrela da Lazio há alguns anos.

Só que não foi assim que aconteceu. O italiano assumiu em 8 de novembro, testou Gabigol em alguns torneios amistosos e só foi utilizá-lo de forma oficial mais de um mês depois, nos acréscimos de uma partida do Italiano, quando o ex-santista conseguiu ainda tomar um amarelo.

5 – Especulações sobre o futuro

Javier Zanetti, ex-jogador e hoje dirigente da Inter de Milão, durante um treinamento do clube italiano - Reuters / Peter Cziborra  - Reuters / Peter Cziborra
Imagem: Reuters / Peter Cziborra

A pouca utilização gerou frustração dos dois lados. De potencial estrela do time, Gabigol passou a ser dispensável no fim de 2016. O ex-santista interessa a vários clubes do Brasil que querem um atacante de peso para a próxima temporada, e a Inter não faz nenhuma questão de negar essas possibilidades.

No começo de dezembro, Javier Zanetti, vice-presidente do clube italiano, falou sobre o assunto, ainda que com algum cuidado. “Gabriel é muito jovem, está trabalhando muito bem e com muita humildade. Conversaremos com Pioli para decidir o que fazer ao fim do ano”, disse ele, abrindo a possibilidade de uma saída.

6 – "Humilhado"

Wagner Ribeiro, empresário de futebol - Leticia Moreira/Folhapress - Leticia Moreira/Folhapress
Imagem: Leticia Moreira/Folhapress

Até para se preservar, Gabigol tem evitado falar publicamente sobre a sua situação, só que a queda vertiginosa na carreira não passa batida por quem o cerca. Na semana passada, Wagner Ribeiro, empresário do ex-santista, abriu o jogo em entrevista à Rádio Globo. “Todos sabem que o salário que o Gabriel recebe na Inter é inviável aqui, nenhum clube tem condições. Eu fui procurado por um clube do Rio e um clube de Minas para este empréstimo do Gabriel, mas não posso assegurar nada. O que eu quero é que meu cliente não seja mais humilhado", disse ele.

7 – Bronca por passe de letra

Chegou dezembro e Gabriel, finalmente, entrou em campo. Foram poucos instantes na vitória contra o Sassuolo, em que ele entrou nos acréscimos, e quatro minutos contra a Lazio. Neste último, porém, ele ficou novamente exposto ao tentar um passe de letra. “Estou feliz pelo entusiasmo do Gabriel, mas eu gostaria de vê-lo fazendo algumas jogadas que são mais úteis e não apenas espetaculares pela ânsia de ser espetacular”, disse Pioli, como um puxão de orelhas.

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