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Drogba arrumou briga nos EUA, mas fez mais gols que corintianos em 2016

Didier Drogba,atacante do Montreal Impact, vê o jogo do Chelsea ao lado de Guus Hiddink, técnico do time, e Roman Abramovich, proprietário, em 2015 - John Sibley/Reuters - John Sibley/Reuters
Drogba viu jogo com Hiddink e Abramovich enquanto seu clube negava contato
Imagem: John Sibley/Reuters

Do UOL, em São Paulo

13/01/2017 04h00

Em que condições está Didier Drogba, alvo do Corinthians para 2017? Se não é mais o atacante que foi capaz de levar o Chelsea à conquista da Liga dos Campeões em 2012, ele também não perdeu o faro de gol. Em 2016, mesmo jogando apenas 22 partidas, ele marcou mais vezes que quase todo o ataque do Corinthians, exceção feita ao paraguaio Romero. As bolas nas redes compensam, em parte, a dor de cabeça que ele deu ao Montreal Impact, sua última equipe.

Drogba foi para o Canadá na metade de 2015. Chegou à MLS como um furacão, fazendo 11 gols em 11 partidas e arrastando sua equipe aos playoffs da liga americana. No ano passado, com um rendimento técnico muito pior e uma longa lista de problemas extra-campo, ele ainda assim fez dez gols, número que só Romero (13) foi capaz de superar na temporada corintiana – Rodriguinho também fez dez, contra nove de Lucca e oito de Marlone e Guilherme.

Se os níveis técnicos do Brasileirão e da MLS devem pesar na balança, também precisa ser levado em conta o número de jogos. Drogba entrou em campo 25 vezes, com uma média de 0,4 gol por partida. Romero, o melhor corintiano em 2016, fez 13 gols em 53 partidas (0,24 de média). Rodriguinho (10 em 48 jogos, 0,2 por jogo), Lucca (9 em 45, 0,2), Marlone (8 em 35, 0,22) e Guilherme (8 em 43, 0,18) também ficam longe do marfinense.  

Herói no início, quase “fugiu” para o Chelsea

Quando Drogba decidiu ir aos EUA, no meio 2015, seu desempenho fulminante fez o Montreal Impact sonhar com voos maiores quando pudesse ter o marfinense por uma temporada completa. O problema é que ele não conseguiu manter o mesmo foco apresentado no primeiro ano.

Já no fim de 2015, Drogba colocou seu clube em uma situação delicada. Quando o Chelsea demitiu José Mourinho, sua volta a Londres foi especulada pela mídia inglesa – ele seria um assistente-técnico de Guus Hiddink, contratado como interino à época. O Montreal correu ao Twitter para dizer que não havia recebido nenhum contato dos ingleses, para ser surpreendido no dia seguinte com uma foto do atacante vendo um jogo do Chelsea ao lado de Roman Abramovich, dono do clube.

A situação expôs a diretoria canadense, que teve de admitir que podia perder o jogador. "Nós estamos em contato com Didier Drogba e o Chelsea. Estamos fazendo o possível para tê-lo de volta com o Impact em 2016", disse o clube à época, segundo o "Telegraph".

Lesões, pouca mobilidade e brigas em 2016

Drogba acabou não fechando com o Chelsea e voltou a Montreal. Só que perdeu o começo da temporada porque não podia, por recomendações médicas, atuar em campos de grama sintética. Acabou indo treinar com um time de uma divisão inferior da MLS e não foi bem quando voltou.

Lento, deixou o protagonismo do ataque do time para o argentino Piatti e passou a ser criticado. Em um jogo contra o New York Red Bulls, ainda ficou em evidência por uma discussão que quase acabou em briga com dois torcedores rivais. Veja a cena abaixo:

Na semana seguinte do episódio, ele ficou fora de um jogo do Montreal. A explicação oficial era uma lesão, mas o técnico Mauro Biello fez questão de deixar tudo às claras. “Didier não foi escolhido para começar o jogo. Eu falei com ele ontem, ele não aceitou começar no banco e, no fim, preferiu não ser relacionado”, disse o treinador.

O Montreal chegou aos playoffs, Drogba aceitou entrar ao longo dos jogos, mas a situação tornou-se insustentável. No primeiro jogo da final de conferência contra o Toronto FC, portanto antes da eliminatória ser decidida, o marfinense anunciou que não seguiria no Canadá em 2017. O time foi eliminado fora de casa e ele deixou a cidade sem dar um adeus formal à torcida.