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Follmann tem alta e fala sobre prótese: "quem sabe possa jogar uma bolinha"

Daniel Fasolin/Colaboração para o UOL
Imagem: Daniel Fasolin/Colaboração para o UOL

Daniel Fasolin

De Chapecó, em colaboração para o UOL

24/01/2017 11h17

Cinquenta e seis dias depois do acidente aéreo com a delegação da Chapecoense, o goleiro Jackson Follmann recebeu alta na manhã desta terça-feira do Hospital Unimed, em Chapecó.

Segundo os médicos do hospital, clinicamente Follmann está bem e deve permanecer em casa até a próxima segunda (30) para depois começar o processo de 'protetização' em São Paulo. "Indo para São Paulo e ‘protetizando’, vou poder fazer tudo que eu fazia antes. Até jogar bolinha, quem sabe" disse.

Segundo ele, não há motivos para esconder a sua perna. "Eu chorando, rindo, me desesperando, a perna não vai voltar ao que tinha, não tenho que esconder essa perna", disse. 

Aos 24 anos, Follmann teve parte da perna direita amputada, perdeu um osso do tornozelo esquerdo e foi submetido a uma cirurgia cervical durante o período de internação hospitalar.

O goleiro é o último dos seis sobreviventes a receber alta: O zagueiro Neto, o lateral Alan Ruschel, o jornalista Rafael Henzel, a comissária Ximena Suárez e o técnico de avião Erwin Tumiri já estão em casa dando continuidade ao tratamento.

Veja as principais declarações de Follmann em sua entrevista

Período de internação
"Mais uma etapa concluída. Estou muito feliz, saio com coração apertado, fiz grandes amigos aqui e que vou levar para vida toda. Sei do cuidado que tiveram comigo. Isso me deixou muito feliz e motivado para que saísse feliz. Saio forte, praticamente curado de tudo. Agora vamos para São Paulo, colocar a prótese e se deus quiser tocar minha vida", disse em entrevista.

Expectativa com prótese
“Eu chorando, rindo, me desesperando, a perna não vai voltar ao que tinha, não tenho que esconder essa perna. Vou ‘protetizar’ e fazer tudo que eu fazia antes. É uma coisa que faz parte do meu corpo, da minha vida. Tenho muito orgulho do meu corpo, porque há 56 dias estava muito mal, com lesões muito graves. Agora estou muito bem, não teria porque não mostrar meu corpo, minha perna. Indo para São Paulo e ‘protetizando’, vou poder fazer tudo que eu fazia antes. Até jogar bolinha, quem sabe”

Fonte de inspiração 
"A gente não tinha noção da dimensão da tragédia. Vou sair e vamos ser uma fonte de inspiração para muitas pessoas. Procurei sempre estar firme e forte, nunca tirei o sorriso do rosto, não era o momento de baixar a cabeça e achar que o mundo acabou. Pois se perguntarem para os familiares que perderam seus entes queridos, eles iriam querer eles juntos comigo".

Futuro na Chapecoense
"Tenho carinho muito grande pela Chapecoense, minha segunda casa. Quero crescer dentro do clube. Eu vou buscar me aprimorar, crescer, para jogar futebol. Na Chapecoense vou estar dentro do esporte, vou procurar coisas grandes dentro de clube, é o momento”

Time da Chapecoense
"Montou um time muito competitivo, tenho certeza que vai dar alegras a torcida que anda muito sofrida. Contratou guerreiros, que chegam com vontade de ajudar o clube. Tenho certeza que unidos vamos trazer muitas alegrias e principalmente para essa cidade".