Sem receber, jogadores do Náutico adotam 'lei do silêncio'. Entenda a crise
Ninguém fala no Náutico. Os jogadores alvirrubros resolveram, a partir desta terça-feira (28) adotar a lei do silêncio por conta dos salários atrasados no clube. Sendo assim, eles só voltarão a falar com a imprensa depois que ao menos uma parte dos vencimentos for quitada.
Segundo apurou o UOL Esporte, os jogadores estão com os salários de fevereiro atrasados – além de dois meses de direitos de imagem. Já os funcionários não receberam apenas os vencimentos de fevereiro.
Eliminado da Copa do Nordeste e da Copa do Brasil, o Náutico só volta aos gramados no dia 5 de abril, quarta-feira, para encarar o Central-PE pelo Campeonato Pernambucano.
Entenda o porquê da crise
A crise no Náutico acontece por causa de um bloqueio nas contas do clube, proveniente de uma ação da década de 90. Com isso, o clube deixou de receber a verba referente aos direitos de transmissão da Rede Globo – com quem inclusive já tem contrato de 2019 a 2024.
Vice-presidente do departamento jurídico do Náutico, Bernardo Wanderley esclarece em entrevista ao UOL Esporte que o clube admite a dívida, contraída há mais de 20 anos por outra gestão, mas já trabalha para entrar em um acordo e assim cancelar o bloqueio.
“É uma empresa de marketing esportivo que foi contratada em 95. Na época não efetuaram o pagamento, eles entraram com uma ação de cobrança e rolou durante esses 21 anos, e agora conseguiram uma forma de executar o clube”, conta.
“O valor realmente é devido pelo clube. Não houve pagamento, a gente reconhece a dívida, a ação já está ganha pela empresa, mas o valor atualizado é muito alto, cerca de 1 milhão de reais. O que a gente tem a fazer é entrar em um acordo para parcelar essa dívida”, disse.
“A ação ocorre no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O magistrado enviou um ofício à CBF solicitando o bloqueio do valor. A gente está tentando chegar a um acordo com a empresa. Já demos a entrada nos trâmites legais para informar que esse bloqueio, de uma forma única, vai inviabilizar o clube de fazer os pagamentos que são prioritários”, completa o advogado.
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