Romário revela o melhor jogo de sua carreira e pede desculpas por agressão
Romário de Souza Faria é um dos maiores ícones da história do futebol brasileiro. O ex-camisa 11 é campeão do mundo e ídolo do Rio de Janeiro inteiro, tem mais de mil gols e incontáveis feitos históricos. Mas também já protagonizou polêmicas que dividiram opiniões, como a briga com o zagueiro Andrei há quinze anos. Em entrevista ao Resenha ESPN, o Baixinho elege o melhor jogo de sua carreira, fala sobre sua entrada na política e dispara contra Marco Polo Del Nero.
A lembrança mais doce no futebol
“Ter levantado a taça em 1994, nos Estados Unidos”, diz o Baixinho sem titubear. “Aquele grupo já tinha ganhado a Copa América, era um time que vinha de grandes resultados. Tinha perdido em 90, e a gente já sabia o que era derrota e estava preparado para ganhar. Por isso que eu bati no peito”, lembra o ex-camisa 11, que antes de ir ao Mundial garantiu com todas as letras: vou trazer a Copa.
E trouxe, claro. Com Bebeto, Romário compôs ótima dupla que teve grande mérito na conquista da taça. “Para mim, junto com Pelé e Coutinho, essa dupla (com Bebeto) foi a melhor que o Brasil já criou”.
Melhor jogo da carreira
Tudo começou um ano antes, nas Eliminatórias. A seleção brasileira passava maus bocados e precisava vencer o Uruguai na última rodada para não ficar fora de sua primeira Copa. “Disseram que estava tudo certo, e não me levaram (para os duelos das Eliminatórias). Mas acabaram, desculpa a expressão, se f… Tiveram que me chamar no último jogo e acabaram chorando no meu ombro”, ironiza o Baixinho, lembrando a histórica atuação contra o Uruguai que garantiu o Brasil na Copa de 1994. “Eu nunca vi um jogador fazer o que eu fiz contra o Uruguai”.
Briga com Andrei em 2002
Durante a má campanha do Fluminense no Campeonato Brasileiro daquele ano, Romário agrediu o zagueiro Andrei dentro de campo, durante a goleada por 6 a 0 sofrida para o São Paulo. Após um erro do defensor, o ex-camisa 11 desferiu um tapa no rosto do companheiro e precisou ser contido.
Anos depois do entrevero, Romário pede perdão. “Foi escroto da minha parte. Eu não deveria ter feito aquilo com o Andrei, que é um cara legal. Já pedi desculpas a ele, à família dele. Naquele momento, até covarde eu cheguei a ser. Então realmente peço desculpas.
Entrada na política
Romário chegou a temer perder prestígio ao virar político. No Planalto desde 2011, então como deputado federal e agora como senador, o Baixinho se convenceu que sua atuação política não influencia na idolatria que conquistou com a bola.
“Assim que escolhi entrar na política, passou pela minha cabeça que essa idolatria que eu havia conquistado no futebol poderia diminuir. Assim como no futebol, na política as pessoas falam, têm suas paixões, é de um partido ou de outro. É bem parecido com o futebol, inclusive”, compara o ex-camisa 11. “Mas, diferente do que imaginei lá atrás, as pessoas seguem com carinho por mim”, celebra.
Romário entrou na política em 2009, após o nascimento da filha Ivy Faria, que tem Síndrome de Down. “Desde o nascimento dela, comecei a entender que poderia ser uma voz para as pessoas com deficiência. Então tomei coragem e me filiei a meu partido, e em 2011 comecei minha luta na política”, relembra o Baixinho, que há alguns anos se imaginava, a esta altura, “estar na praia jogando meu futebol. Ou em um campinho, nas peladas”.
Marco Polo Del Nero é “ladrão, corrupto, safado”
“Hoje sei que nem sempre, infelizmente, é convocado o melhor (para a seleção brasileira). Existe uma coisa política por trás, que eles levam, principalmente o pessoal da CBF, que influencia muito na convocação e principalmente em uma convocação para a Copa do Mundo", dispara Romário, que acabou preterido para os Mundiais de 1998 e 2002.
“Dentro de campo a seleção brasileira se corrigiu, hoje joga um futebol que nós, brasileiros, voltamos a ter prazer de ver. Mas infelizmente quem comanda o futebol, a CBF, é comprovadamente uma das entidades mais corruptas do esporte no planeta. O presidente da CBF é o maior ladrão, corrupto, safado... Tudo que há de mal no futebol se chama Marco Polo Del Nero", opina.
Messi ou Cristiano Ronaldo?
“De começo, o melhor jogador que eu já joguei contra foi um argentino, o Maradona”, elege o ex-jogador, que aproveita para elogiar um compatriota do Pibe. “Se fosse hoje, com certeza seria o Messi”.
Inspiração no início de carreira
“Tinha um respeito muito grande pelo Reinaldo, do Atlético-MG. Esse foi um dos maiores que vi jogar”, afirma Romário. “Depois, jogando, o próprio Ronaldo. Apesar de ter posições diferentes de mim, respeito muito ele. Ao que diz respeito a fazer gol, o carequinha bota pra dentro mesmo”, elogia.
O melhor treinador com quem trabalhou
Romário responde de pronto. “Foi o Cruyff”, que o tirou do PSV da Holanda para treiná-lo no Barcelona. Mas na memória do ex-atacante há espaço para um técnico bem brasileiro. “O Joel (Santana) também, no tempo dele. Treinador bom para mim é aquele que não atrapalha. Então o Joel era bem objetivo, bem simples. Para mim, o melhor treinador é esse”, explica. Ele trabalhou com Joel no Vasco, no Flamengo e no Fluminense.
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