10 dívidas corintianas mostram que gestão Andrade repete problemas de Gobbi
Sob grande expectativa na parte política do clube, as contas da gestão Roberto de Andrade em 2016 serão votadas pelo Conselho Deliberativo do Corinthians nesta quinta-feira. Turbinados pela venda de diversos jogadores e por luvas da Globo de R$ 85 milhões, os números apresentados, como o UOL Esporte havia antecipado, devem confirmar a maior receita da história. Mesmo assim, o presidente em seu último ano de mandato tem dificuldade em cumprir com uma das bandeiras de sua administração: contas em dia.
Se não bastassem os problemas financeiros da Arena Corinthians, que consumiu dinheiro do clube em 2016, há dívidas por toda parte relacionadas ao futebol profissional (ver abaixo): compras de jogadores, repasses de direitos econômicos, comissões e luvas compõem o cenário de dificuldade. Nos últimos sete meses, os salários do departamento também atrasaram pelo menos três vezes, a última delas em março, por cerca de dez dias - hoje estão todos em dia.
Depois de dedicar o primeiro ano de sua gestão a sanar pendências herdadas dos tempos de Mário Gobbi, em que era diretor de futebol [dívidas com empresários, Mano Menezes, Tite e até dez meses de direitos de imagem vencidos], Roberto de Andrade nos últimos tempos viu o Corinthians entrar em ciclo parecido. Em entrevista recente ao Blog do Ohata, o atual presidente disse que havia reduzido a dívida do clube em R$ 140 milhões e explicou a gestão financeira liderada por ele.
Procurado pela reportagem, o Corinthians preferiu não comentar as dívidas listadas.
Confira 10 dívidas do Corinthians relacionadas ao futebol:
Kazim
O atacante foi adquirido ao Coritiba no início do ano por R$ 1,2 milhão, mas nem a entrada e nenhuma das parcelas foi paga pelo Corinthians até aqui. Os clubes têm buscado solução por meio de troca de atletas, mas o Coritiba prefere receber o correspondente em dinheiro.
Luidy
Até hoje, o Corinthians não realizou os pagamentos referentes à aquisição do jogador ex-CRB, acordada para ser à vista. Os atrasos são de R$ 400 mil. Além disso, existe a oportunidade de adquirir mais 30% de direitos econômicos (no momento, tem 40%) por R$ 800 mil, mas o clube tampouco exerceu.
Giovanni Augusto
Principal investimento da gestão Roberto de Andrade em reforços, o meia comprado ao Atlético-MG por mais de R$ 14 milhões teve sua aquisição dividida em três parcelas de valores iguais. Depois de fazer os pagamentos das duas primeiras, o Corinthians está em atraso com a terceira, superior a R$ 4 milhões, há alguns meses.
Comissão a agentes - Giovanni Augusto
Dividida em 29 prestações, a comissão aos intermediadores da transferência, o ex-jogador Roni e seu sócio Wagner Cruz, não é paga há sete meses. Recentemente, eles ingressaram com pedido na CBF para receber as quantias.
Guilherme
Adquirido por pouco mais de R$ 5 milhões divididos em várias parcelas, o meia-atacante ainda não foi pago por completo. A última prestação a ser quitada com o Antalyaspor-TUR, em aproximadamente R$ 1 milhão, está em aberto. Cedido ao Atlético-PR, o jogador terá metade dos salários pagos pelo Corinthians até dezembro de 2018.
Marlone
Adquirido em janeiro de 2016 por R$ 4 milhões à Penapolense, em que fora registrado pelo investidor Fernando Garcia, o meia deveria ter sido pago em prestações mensais desde então. As parcelas, porém, estão em aberto desde o ano passado. O jogador foi emprestado ao Atlético-MG em troca pelo atacante Clayton.
Direitos econômicos - Matheus Pereira
O Corinthians também sofre com empresários que cobram pelo não-repasse de algumas transferências, caso do jovem Matheus, vendido ao Empoli-ITA. O empresário Bruno Misorelli, da empresa B2F Marketing Esportivo, acionou o clube judicialmente para receber R$ 503 mil a que tinha direito. O clube ainda deve para os demais agentes que, a bem da verdade, tinham a íntegra dos direitos econômicos de Matheus.
Direitos econômicos - Petros
O empresário Marcus Sanchez, um dos proprietários do clube SEV Hortolândia, também cobra do Corinthians dívida referente à venda de Petros ao Betis. O montante é ainda superior em relação ao de Matheus Pereira: R$ 1,16 milhão.
Vitinho
Depois de uma arrastada negociação pelo contrato profissional em 2016, o meia fechou acordo para recebimento de luvas. Parte dos valores, assim como a comissão de seus empresários, ainda não foi paga pelo Corinthians. As quantias fazem parte do centro de custo do futebol profissional.
Carlinhos
Adquirido em 2014 do Novorizontino, o centroavante foi destaque da Copa São Paulo, como campeão e artilheiro, e promovido ao time adulto. A compra por R$ 500 mil, porém, ainda não foi quitada. Com cerca de três anos de atraso, o Corinthians efetuou o pagamento da primeira parcela recentemente.
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