Laudo aponta cobertura do Maracanã com danos e comprometida em 5 a 10 anos
Um laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo apontou que a cobertura do Marcanã tem com danos em quase todos os seus painéis e estará comprometida se não houver consertos. A avaliação foi feita a pedido da Odebrecht. Os danos foram causados principalmente pelos fogos da Copa do Mundo-2014 e da Olimpíada-2016, segundo o laudo. A informação foi veiculando primeiro na "TV Globo".
Não há risco atualmente para os torcedores que frequentam o estádio, embora possam ocorrer goteiras. Mas a Odebrecht entende que haverá comprometimento para a cobertura em cinco a dez anos. O engenheiro Diego Bressa, autor do laudo, confirmou à Globo que a longo prazo isso ocorrerá se não houver consertos. O laudo foi executado em inspeções em fevereiro, e concluído em março deste ano.
A cobertura do Maracanã é feita de PTF, uma espécie de lona tensionada em três camadas comuns em estádios modernos. Foi uma exigência da Fifa que encareceu a obra e elevou o preço do estádio para R$ 1,2 bilhão. É sujeita a furos e danos quando submetida a altas temperaturas e a fogos. Ocorreram queimas de fogos na Copa-2014 e principalmente na Olimpíada do Rio-2016.
Pelo laudo do IPT, só um dos 120 painéis da cobertura não teve nenhum dano. Esses são divididos em subpainéis e um quinto deles tem alguma anomalia. São 586 subpanéis com problemas de um total de 2.640 do teto do estádio. Desses, 361 subpanéis tiveram problemas por conta da queima de fotos.
Há níveis diferentes de danos que vão de verrugas até buracos na lona. Há um total de 92 furos na lona do estádio em tamanhos que chegam a 3 cm.
"Recomanda-se a recuperação dos laudos com anomalias existentes visando a durabilidade e a funcionalidade estrutural dos subpainéis", afirma o laudo do IPT.
Os problemas começaram com a Copa do Mundo. A queima de fogos da final gerou pouco mais de 100 danos nos painéis do estádio. Foi acionado um seguro da Fifa pelo qual a Odebrecht recebeu R$ 16 milhões. Esse dinheiro deveria ser investido nos reparos que nunca ocorreram. Está nos cofres da Odebrecht.
A empresa alega que, em março de 2016, o governo do Estado do Rio pediu que os reparos não fossem realizados porque atrapalharia o período olímpico. Então, ficou para depois da Olimpíada. Mas, com queimas em quatro cerimônias de abertura e encerramento, os Jogos geraram um aumento dos problemas, segundo o laudo do IPT. Foram três vezes mais avarias.
A Odebrecht pediu um laudo ao IPT para analisar se houve um aumento dos danos ocorridos justamente na Olimpíada para cobrar do Comitê do Rio-2016. Por isso, foi feita uma comparação com outro laudo pós-Copa. Já o Comitê alega ter um laudo da SBP, uma consultoria de engenharia, dizendo que suas queimas de fogo não causaram danos na cobertura. Fato é que o custo de consertar o estádio deve se multiplicar.
O laudo do IPT foi enviado ao governo do Estado que ainda não se pronunciou sobre o assunto. A concessão da Odebrecht é válida e o destino do estádio não é certo depois que a Largardère desistiu da compra do equipamento.
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