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Escândalo envolvendo Zezé Perrella pode mudar rumos políticos do Cruzeiro

Zezé Perrella, pré-candidato à presidência do Cruzeiro, está envolvido no escândalo - Jonas Pereira/Agência Senado
Zezé Perrella, pré-candidato à presidência do Cruzeiro, está envolvido no escândalo Imagem: Jonas Pereira/Agência Senado

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

20/05/2017 04h00

O escândalo que assustou o Brasil nesta semana pode refletir nas eleições presidenciais do Cruzeiro, marcadas para outubro de 2017. Um dos pré-candidatos ao cargo, Zezé Perrella é acusado de crime político. 

O senador do PMDB-MG, ex-presidente do Cruzeiro por quatro mandatos, é investigado por suposto recebimento de propina de Joesley Batista, presidente do grupo JBS. Amigo de Perrella, Aécio Neves, senador afastado do PSDB-MG, solicitou ao empresário R$ 2 milhões para custear a sua defesa na operação Lava Jato, conforme revelado pelo jornal O Globo.

O montante teria sido entregue a um primo de Aécio Neves e posteriormente depositado na conta bancária de uma das empresas de Zezé Perrella. Caso seja considerado culpado, o político seria impedido de se candidatar ao cargo na Toca da Raposa II. O estatuto não permite um postulante ao pleito com "ficha suja".

“Consta no estatuto do Cruzeiro que o presidente precisa ter ficha limpa, mas torço que o nosso ex-presidente siga com a ficha limpa e possa se candidatar. Pessoalmente, sou contra isso [a volta de Perrella], jamais faria. Ninguém que já foi presidente, principalmente por dois mandatos, deveria voltar, porque é um negócio desgastante e cansativo demais”, disse Gilvan de Pinho Tavares, atual mandatário da equipe.

O escândalo de Brasília, portanto, poderia fazer com que um dos principais nomes para assumir a presidência do Cruzeiro se ausentasse da disputa, prevista para outubro de 2017. Perrella tem feito campanha constante para o posto em seus perfis nas redes sociais. 

Os concorrentes de Zezé Perrella ainda não são conhecidos. O mais cotado é o vice-presidente de futebol, Bruno Vicintin. Contudo, para que sua candidatura tenha validade, é necessária a mudança do estatuto – que deve ser discutido entre os conselheiros em reuniões futuras, conforme revelado por Gilvan de Pinho:

“Eu não gostaria de discutir política interna do Cruzeiro. Não sou dono da verdade e da política do Cruzeiro. Somos muitos companheiros e pessoas que deram a vida pelo Cruzeiro. Qualquer decisão que for tomada, será uma decisão de colegiado. De muitas pessoas. Não quero que, antes de nada concretizado, as pessoas se precipitem e tomem decisões que não devem ser tomadas”, comentou.

Perrella não é o único conselheiro do Cruzeiro ligado ao escândalo de corrupção que assustou o Brasil. Há outros cinco envolvidos no caso – eles são Aécio Neves, Frederico Pacheco de Medeiros, Mendherson Souza, Gustavo Perrella e Euller Mogueira Mendes. O sexteto leva o conturbado momento da política brasileira ao clube.