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Em meio a dívidas trabalhistas, Marília encara pedido de extinção no MP

Vice-campeão da Série C de 2002, time disputou a Série A3 do Paulista em 2017 - CImoreyraphotos/Marília AC
Vice-campeão da Série C de 2002, time disputou a Série A3 do Paulista em 2017 Imagem: CImoreyraphotos/Marília AC

Do UOL, em São Paulo

25/05/2017 18h49

O Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurou uma ação civíl pública para pedir a extinção do Marília Atlético Clube. A informação foi divulgada nesta quinta-feira pelo diário Jornal da Manhã, da cidade de Marília, e confirmada ao UOL Esporte por fontes da própria ageremiação.

O clube – que disputou a Série A1 do Campeonato Paulista pela última vez em 2015 – é acusado pelo MPT de atrasos de salários e de pagamentos de direitos trabalhistas a jogadores e funcionários, como rescisões salariais e férias, nos últimos dez anos. Entre janeiro de 2015 e novembro de 2016, diz o jornal, o MTP apontou 59 processos trabalhistas contra o MAC.

No período analisado pelo MTP, as empresas responsáveis pela administração do clube “lideravam, faziam pagamentos, transações, captavam patrocínio e inclusive, investiam seus próprios recursos no clube”. Desta forma, seriam responsáveis pelo aumento das dívidas trabalhistas do clube.

MAC não disputa o Campeonato Paulista desde 2015 (foto), quando foi rebaixado - Julia Chequer/Folhapress - Julia Chequer/Folhapress
MAC não disputa o Campeonato Paulista desde 2015 (foto), quando foi rebaixado
Imagem: Julia Chequer/Folhapress
Em uma decisão inicial, a Justiça determinou que a renda dos jogos do time em casa na Série A2 do Campeonato Paulista de 2016 fosse direcionada aos pagamentos das dívidas – o que não foi cumprido.

“A administração, de forma leviana, não cumpriu com a sua obrigação de depositar judicialmente os percentuais dos contratos de patrocínios e das rendas dos jogos, apropriando-se indevidamente desses valores, em frontal prejuízo aos créditos trabalhistas”, diz o relatório do MPT, segundo o jornal. “De forma robusta, que, há mais de uma década, o clube Réu, tem sido utilizado (…) como instrumento para a prática de inúmeros ilícitos, entre os quais a gestão absolutamente temerária dos seus contratos de emprego, culminando com o ajuizamento de centenas de reclamações trabalhistas contra si.”

O presidente do clube, Antônio Carlos de Souza Vieira, participará de uma audiência na 1ª Vara da Justiça do Trabalho de Marília nesta sexta-feira, às 8h30 (horário de Brasília), para definir os destinos do clube. “Ninguém vai se pronunciar até a reunião amanhã”, afirmou um funcionário do clube por telefone ao UOL Esporte.

Na audiência desta sexta-feira, o clube deve apresentar um plano para a quitação das dívidas. Caso o MPT recuse o acordo, a Justiça poderá pedir intervenção no clube, afastando a diretoria atual, ou até mesmo a extinção da agremiação.

Vice-campeão da Série C do Campeonato Brasileiro de 2002, o Marília disputou a Série B entre 2003 e 2008. Em 2017, o time participou da Série A3 do Campeonato Paulista, mas com resultados discretos: foi o 11º colocado, fora da zona de classificação para a segunda fase.