Mano admite obstrução contra Chape e cita acidente de Senna para justificar
Mano Menezes, treinador do Cruzeiro, relembrou nesta segunda-feira a partida contra a Chapecoense na Arena Condá pela Copa do Brasil. Mais do que isso, um lance polêmico.
No segundo tempo do jogo, Reinaldo foi cobrar um lateral para a Chape, mas acabou obstruído por Mano. Sorriu, voltou e cobrou o lateral em uma segunda tentativa.
Alvo de críticas pela atitude, considerada antidesportiva, o treinador cruzeirense reconheceu ter passado do ponto. No entanto, em entrevista ao canal de TV por assinatura SporTV, afirmou que tomou a atitude para demarcar o espaço da cobrança, já que Reinaldo arremessou à bola de um ponto à frente de onde a bola saiu.
“Sou homem o bastante para saber o que pode ou não pode. Todos nós que vivemos competitivamente passamos, às vezes, um pouco do ponto. Mas a minha intenção foi demarcar (o espaço). O Reinaldo tinha um metro para lá ou para cá para bater (o lateral)”, disse Mano.
O treinador ainda descartou qualquer desavença com o camisa 6 da Chape no momento do lance. “A Chapecoense quis ganhar no grito, e a gente se sente meio impotente naquele momento. Passei do ponto. Só fiz isso porque disse para ele antes que iria marcar o lateral dele”, completou.
Em sua defesa, Mano Menezes relembrou a rivalidade entre Ayrton Senna e Alain Prost na Fórmula 1 entre o fim da década de 1980 e o começo da década de 1990. Em 1989, os dois pilotos, então na McLaren, se chocaram no Grande Prêmio do Japão – o francês abandonou, o brasileiro foi desclassificado e Prost acabou campeão da temporada.
No ano seguinte, Senna deu o troco. Na largada do GP do Japão, Senna jogou seu carro contra Prost, então na Ferrari. Os dois abandonaram e o brasileiro acabou assegurando a conquista do título.
“Quando Senna jogou o carro em cima do Prost (em 1990), sabia que era errado. Por que ele fez? Porque sabia que era justo, lembrando lá atrás (1989). Por que um grande esportista faz isso? Porque são coisas do esporte”, disse o treinador. “Por isso, eu peço a quem fica no ar condicionado, falando: pare de dar valor para coisinha pouca. Foi um lance isolado, não interferiu no jogo. ‘Ah, ele é isso, é aquilo’… Deixa a gente trabalhar, ou o futebol vai ficar muito chato”, completou.
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