Com Hernanes, SP repete aposta em ídolos do passado para sair da crise
O São Paulo repetiu a fórmula para tentar sair da zona do rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Assim como aconteceu nos últimos anos, o clube apostou no resgate de um ídolo do passado para afastar a crise. Desta vez, o jogador que retornou ao Morumbi é Hernanes, revelado nas categorias de base tricolor e campeão nacional de 2007 e 2008.
O expediente é antigo. Na história são-paulina, há diversos exemplos de jogadores que fizeram esse caminho. Na década de 1980, por exemplo, Muller surgiu como um dos pilares dos Menudos tricolores. Depois de defender o Torino, da Itália, voltou para o clube em 1991 e conquistou quase todos os títulos possíveis, como a Copa Libertadores e o Mundial de Clubes (ambos em 1992 e 1993).
Tal estratégia se repetiu com Raí, que voltou de forma apoteótica na conquista do título do Paulista de 1998, contra o Corinthians. Recentemente, o treinador Muricy Ramalho foi chamado para tirar a equipe da zona do rebaixamento do Brasileiro. O plano deu certo, o São Paulo conseguiu terminar o Nacional na nona colocação e ainda brigar por uma vaga na final da Copa Sul-Americana. Já em 2014, Kaká retornou ao Brasil com o status de ter sido o melhor do mundo de 2007. O meia ajudou o time a ficar com o vice do Brasileiro.
Outro exemplo é Luís Fabiano, contratado em 2011 e apresentado com pompa depois de passagem vitoriosa pelo futebol europeu. O atacante participou da campanha do título da Copa Sul-Americana de 2012 e se transformou no terceiro maior artilheiro do clube, com 212 gols.
Porém, nem tudo deu tão certo assim. Campeão mundial de 2005, Cicinho tinha o seu nome gritado pela torcida mesmo sem defender a equipe nos anos seguintes. Em 2010, foi emprestado pela Roma e ficou muito longe de ser o jogador que se esperava. Disputou 25 partidas sem o mesmo brilho anterior e logo voltou para a Europa para defender o Villarreal, da Espanha.
Também campeão mundial de 2005, Paulo Autuori naufragou junto com o São Paulo em 2013. O treinador comandou o time em 17 jogos, com dez derrotas, quatro empates, três vitórias e apenas 25% de aproveitamento. O último a fazer esse caminho de volta foi Lugano, ídolo de 2005 que voltou ao Tricolor na última temporada. Até agora, porém, ele atuou em somente 35 jogos, sendo só dez neste ano. Longe de ser peça fundamental da equipe, o clube até relutou para renovar o seu contrato até o fim da temporada. O uruguaio teve uma redução salarial de R$ 100 mil e tem ficado fora da lista de relacionados em algumas ocasiões.
"Profeta" chega com moral
Mesmo sem a estreia, o retorno de Hernanes ao São Paulo já serviu para ajudar a motivar os jogadores. Nesta terça-feira (25), o meio campista foi apresentado oficialmente para a imprensa e treinou com os reservas no CT da Barra Funda. Há expectativa de que ele já possa ser utilizado por Dorival Júnior no jogo deste sábado, contra o Botafogo.
"Sou um grande admirador do Hernanes por tudo que ele fez no São Paulo. Quando estava na base, vinha assistir ao jogo dele no profissional. É um cara que tem uma qualidade tremenda e é uma grande pessoa. Não tive a oportunidade de conviver com ele, mas pessoas que trabalharam com ele falam isso. Ficamos muito felizes que ele veio, para contribuir da melhor maneira possível. Ele dispensa comentários. Vai ser muito importante para os jovens e para o grupo. A gente vai poder olhar para um cara para ser uma referência por tudo que conquistou na vida, tanto aqui no São Paulo quanto fora. É importante ter essa referência, como foi o Kaká em 2014. Acho que isso acrescenta muito para o grupo e esperamos que ele possa estar o quanto antes no campo", disse o zagueiro Rodrigo Caio.
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