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Torcida, seleção e G-6. A reconstrução de Rafael Carioca no Atlético-MG

Rafael Carioca, volante do Atlético-MG - Bruno Cantini/Atlético-MG
Rafael Carioca, volante do Atlético-MG Imagem: Bruno Cantini/Atlético-MG

Thiago Fernandes e Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

15/08/2017 04h00

Nenhum jogador do Atlético-MG foi tão cobrado pela torcida em 2017 como Rafael Carioca. Vaiado antes mesmo de a bola rolar, apenas com o nome anunciado no telão, ele se tornou motivo de fúria para os atleticanos.

A chegada de Rogério Micale, no entanto, mudou a história do camisa 5 na Cidade do Galo. Presente em cinco dos seis jogos sob a batuta do treinador, sendo quatro como titular, o volante é pedido até na seleção brasileira.

A melhora do jogador de 28 anos foi avaliada pelo técnico do Galo. Líder de passes certos (876) e desarmes corretos (35) pelo time no Brasileirão, o meio-campista recebe elogios do comandante:

“Ele tem o melhor desarme do Campeonato Brasileiro. Se continuar com o que está ele apresentando, volta a ter chance na Seleção Brasileira. Ele tem um domínio fantástico de espaço em frente à zaga e na construção ofensiva. É difícil perder bola. Cobramos dele aquela pegada, mas ele tem uma interceptação de passe, cortando a linha de passe do adversário. No Brasil, poucos têm isso. Ele está numa crescente, e estou feliz de trabalhar com ele. Tem bom passe, boa dinâmica com a bola no pé. Tenho que dar parabéns, e que ele continue assim, porque temos objetivos grandes, e ele também”, afirmou.

A reconstrução do volante no Atlético ocorre durante a novela sobre uma possível negociação para o Tigres, do México. Na mira do clube, o meio-campista ainda não sabe onde atuará. Os mexicanos chegaram a um acordo com o estafe do jogador, mas ainda não aceitaram desembolsar o valor pedido pelo Galo - 4 milhões de dólares (R$ 12,58 milhões) por 50% dos direitos econômicos.

Após o triunfo sobre o Flamengo, nesse domingo (13), um dos poucos jogos em que foi poupado pela torcida na atual temporada, Rafael Carioca falou sobre a relação com o torcedor.

“A torcida é muito de acordo com o resultado. Depois de um jogo desse contra o Flamengo, não tem como nem falar nada, questionar alguém, porque os 11 jogadores foram impecáveis. Naquela ocasião, falaram de mim e do Robinho”, comentou.

“A gente fica triste. Seu filho fica triste, sua esposa triste. Não é fácil. A gente vê muitas coisas. Se a gente quisesse dinheiro, tem jogador que poderia ter saído. É o prestígio com a família e o torcedor. O que sobrou para a gente é a classificação para a Libertadores. Então isso que está na nossa cabeça”, acrescentou.

Rafael Carioca crê também que a mudança de treinador - Rogério Micale substituiu Roger Machado no comando há cerca de um mês - foi preponderante para o seu crescimento na equipe.

"A mudança é em cima do time. O Roger gostava de um jeito e o Micale de outro. O posicionamento que o Roger me botava com três volantes é o mesmo que o Micale me bota. Quando jogamos eu e mais um, tenho mais liberdade para sair. Fora isso, não mudou nada não", concluiu.