Após 77 dias, Atlético-MG fica sem cartola no futebol; clube não explica
Em 9 de junho o Atlético-MG decidiu aproveitar o diretor das categorias de base, André Figueiredo, para comandar o futebol profissional. Ele assumiria a função que era do diretor de futebol Eduardo Maluf, que faleceu dias antes. Figueiredo chegou como superintendente de futebol. A “estreia” foi na derrota para o Vitória. O dirigente seguiu com a delegação até Salvador, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro.
A apresentação à imprensa aconteceu dia 16. Figueiredo falou pela primeira vez como o responsável pelo futebol atleticano. “O Daniel me apresentou à comissão técnica e demais funcionais com autonomia total. Mas ninguém trabalha sozinho. Você não pode sair contratando por achar um jogador bom, que não se encaixa no perfil do treinador. Para se contratar precisa de reuniões com a comissão técnica, com o superintendente, que é o cargo que estou ocupando e com o presidente, que tem a palavra final, pois sabe se o calo aperta, se pode ou não contratar”, disse Figueiredo durante a primeira entrevista coletiva como superintendente de futebol do Atlético.
Apesar da nomenclatura, André Figueiredo tinha a responsabilidade de assumir o papel que era desempenhado por Eduardo Maluf. “Só não vai ser diretor agora porque vai ter de ralar mais, tem metas. Apenas por isso”, contou o presidente do Atlético, Daniel Nepomuceno, dois dias após a eliminação na Copa do Brasil.
Naquele momento, a diretoria demonstrava total confiança em André Figueiredo. Tanto que Nepomuceno descartou buscar um novo diretor de futebol. “O Atlético tem essa pessoa, se chama André Figueiredo. É uma pessoa que confio, está aqui há 20 anos”.
Mas nem um mês depois de mostrar confiança em André Figueiredo, o presidente Daniel Nepomuceno optou pela mudança no comando do futebol atleticano. E, por enquanto, o futebol profissional vai seguir sem ter um responsável. Num primeiro momento, as tarefas do diretor de futebol vão ser divididas entre o Nepomuceno e demais membros da direção do Galo e da comissão técnica.
Pressão da torcida foi determinante para mudança
André Figueiredo chegou ao futebol profissional do Atlético na primeira quinzena de junho. Pegou um elenco montado e a única contratação nesse período foi o volante Gustavo Blanco, que pertence ao Bahia e estava emprestado ao América-MG. Roger Bernardo e Pablo também chegaram, mas o primeiro já tinha pré-contrato assinado desde janeiro e o segundo retornou de empréstimo ao futebol japonês.
Embora com pouco tempo no futebol profissional, André Figueiredo já estava muito pressionado. O nome nunca caiu nas graças da torcida, que já questionava os métodos do diretor ainda no comando das categorias de base do clube. Faixas contra o dirigente foram levadas em jogos do Atlético, até do time B, que disputa a Terceira Divisão do Campeonato Mineiro.
Pressão que ganhou força nas últimas horas, após o meia Bernard, revelado pelo Galo e atualmente no Shakhtar Donestk, da Ucrânia, criticar André Figueiredo via Twitter.
Diretoria do Atlético ainda não se posicionou
Qual o real motivo para o retorno de André Figueiredo ao comando da base? Vem algum nome para comandar o futebol do clube até o fim de 2017? Vai chegar alguém já pensando em 2018? São algumas perguntas que seguem sem respostas, já que a diretoria do Atlético não se pronunciou oficialmente após a saída de Figueiredo.
Nessa quinta-feira, o presidente Daniel Nepomuceno não deu entrevista coletiva. A única manifestação sobre o assunto foi via assessoria de imprensa do clube, que informou o retorno de Figueiredo à base, como única mudança no futebol profissional.
Jogadores agem com indiferença
Nem bom e nem ruim. Pelo menos foi assim que os jogadores do Atlético parecem ter recebido a saída de André Figueiredo do futebol profissional. O primeira a falar após a mudança foi o capitão Leonardo Silva.
“Não vai influenciar em nada. É uma decisão da diretoria. Nós vamos apenas trabalhar para ajudar o Atlético a melhorar no campeonato”, comentou o zagueiro, que se limitou a dizer que a convivência entre o dirigente e os jogadores era boa. “Não tenho muito o que falar. É decisão do presidente. É uma excelente pessoa. Foi decisão da diretoria. Não dá para relacionar nada à presença dele. As eliminações não têm nada a ver. A convivência era boa.
E assim foi também a postura do volante Adilson. No clube desde fevereiro, o jogador evitou dar qualquer detalhe de qualquer situação ocorrida durante os 77 dias de André Figueiredo na superintendência de futebol do Atlético.
“Para mim é um pouco mais difícil, pois não estou há muito tempo no clube. Não conhecia o André antes de chegar. Então não pude sentir. Não tenho muito o que falar, posso acabar falando besteira. Aqui no Brasil se muda muito, faz parte do processo. Entendo como uma situação completamente natural”.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.