DJ vira xodó dos boleiros e conta como é tocar para Adriano em baile funk
Quando o volante Douglas, ex-Vasco, apareceu em um programa de televisão na hora do almoço e foi perguntado quem era o seu cantor preferido, não titubeou: DJ Rennan da Penha. O músico, que havia se apresentado até a madrugada da noite anterior, estava dormindo e foi acordado com uma enxurrada de mensagens em seu telefone. Demorou um pouco a entender o que estava acontecendo e nem acreditou que era verdade. Chegou a chorar de emoção.
Ali, com uma homenagem em rede nacional do então vascaíno, ele percebeu que seu som havia ultrapassado o complexo da Penha e caído nas graças de uma galera que ele jamais esperaria: os jogadores de futebol. Foi só colocar os pés na rua que os amigos logo começaram: ‘tá famoso hein...’
“Fico muito feliz. Até chorei de emoção. Claro pô.. nunca imaginei que meu nome fosse mencionado na televisão”, conta ele, com um sotaque carioquíssimo. “Meu amigo MC me ligou, teve um monte de gente mandando mensagem: ‘Pô.. o cara falou o teu nome do Globo Esporte’. Para mim foi um grande passo alguém mencionar meu nome na TV, em um programa que todo mundo vê, quem gosta de futebol, de esporte. É uma honra”.
A cena repercutiu bastante e ele passou a ser reconhecido no shopping e nas redondezas de sua casa. Rennan da Penha não chega a ser "parça" dos boleiros, mas aos poucos foi conquistando outros jogadores, especialmente os que vieram de alguma comunidade e se identificam com seu som.
Recentemente, foi convidado para tocar na festa de casamento de Vitinho, que atuava no Botafogo e hoje atua no CSKA, porque a noiva gostava das suas músicas.
Hoje, suas músicas já fazem parte da playlist de muitos atletas como Paulinho, Paulo Vitor e Caio Monteiro no Vasco. No Flamengo, Lucas Paquetá e Vinícius Junior se amarram no som e até costumam cantarolar alguns versos de ‘Toca Aquela’, música mais famosa de Rennan nas redes sociais. “Renan da penhaaaa, toca aquelaaaa...”, brincou Vinicius Jr. em seu Twitter
“Nunca tive proximidade, mas eu falo com o Lucas Paquetá pelo Instagram. Ele disse: 'sempre antes de entrar no jogo, ouço suas músicas. Gosto pra caramba do seu som'. Eu agradeci ele, mas não fiquei falando muito. O cara tem tempo corrido, não deve ter tempo para dar muita atenção. Mas me chamaram para ver o jogo contra o Botafogo (semifinal da Copa do Brasil). Não fui porque tinha que trabalhar”, disse.
Apesar disso, ele não pensa em usar a proximidade com os atletas para se promover e crê que deve ser algo espontâneo. Ele admite que ficou surpreso por ser querido pelos jogadores por fazer mais sucesso com o público adolescente.
“Eu não esperava não porque as festas que eu toco é mais para a molecada, pessoal de 17 anos no baile de comunidade todo sábado. Não esperava virar febre como está aqui no Rio. Sempre foi um público mais jovem, festa de matinê, formatura, adolescente mesmo”.
Baile funk com o Imperador
Mas o fã mais ilustre de Rennan da Penha não joga em time nenhum atualmente. Adriano Imperador costuma frequentar o baile na Vila Cruzeiro onde o DJ se apresenta em quase todos os fins de semana. Segundo ele, o ex-atacante marca presença em pelos menos três sábados por mês. E quem pensa que Adriano é uma atração à parte no evento, se enganou. Ali ele é gente como a gente, apenas mais um cara da comunidade que quer se divertir.
"Vejo ele sempre. Fui tocar na casa dele, mas não estou conseguindo muito acesso porque a minha carreira deu uma andada. Não dá para chegar perto dele. O cara fica dançando".
Rennan só conta que o Imperador gosta de hip hop, é fã de Racionais MC e Chris Brown e não sossega enquanto o DJ não fizer a sua vontade. “Ele gosta de ir para o baile para pedir hip hop para ele sossegar. Se não tocar, ele mete a mão no equipamento dos outros, derruba.. Jesus. Ele bêbado é fora do limite. Vai lá e começa a perturbar. Pede: ‘toca hip hop aí’. Eu falo: ‘daqui a pouco vou tocar’. Enquanto não toca, ele não sai”, disse. “Mas é tranquilo, tranquilão. Gosta de curtir, bêbado todo mundo fica, não estou nem aí. E para mim tanto faz, é uma pessoa normal da comunidade, mais um”, finalizou.
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