Medo de avião: astro holandês analisava o céu durante jogos e ganhava menos
Ídolo de Arsenal e Ajax, Dennis Bergkamp ficou conhecido fora de campo pelo seu pavor de viajar de avião. Sua aversão ficou ainda maior depois da Copa do Mundo de 1994 e da passagem pela Inter de Milão, em que viagens em aeronaves menores o deixavam desconfortável. O temor era tanto que começou até a abalar o atacante em campo.
Isso porque nos jogos fora de casa pela Itália, Bergkamp começava a ficar preocupado com o retorno para casa antes mesmo de a partida terminar. Assim, avaliava constantemente as condições do tempo, tentando prever o que aconteceria na viagem de volta.
“A situação ficou tão ruim que eu ficava olhando para o céu durante as partidas para analisar o clima. Prestava atenção se alguma nuvem se aproximava. Eu ficava preocupado com o voo enquanto jogava futebol. Era um inferno”, resumiu Bergkamp em sua biografia.
O holandês conta que sempre teve medo de voar e que começou a piorar durante a Copa do Mundo de 1994, com os deslocamentos que eram feitos no país. No entanto, ele chegou ao limite durante os tempos de Inter, já que o clube italiano usava uma pequena aeronave para todos seus deslocamentos.
“Eram aqueles aviões pequenos e desagradáveis que ficam na altura das nuvens e chacoalham sem parar. Olhava para o lado e tudo era branco ou cinza. E não havia espaço nenhum. Fiquei claustrofóbico. Não dava para se mexer, então era ficar sentado e chacoalhando a viagem toda. Era terrível. Foi quando eu decidi: ‘não quero mais fazer isso’”, afirmou.
Com essa decisão tomada, Bergkamp deixou tudo isso claro para o Arsenal quando foi contratado em 1995. Avisou que ele só se deslocaria por terra, nunca de avião. O clube inglês aceitou tal exigência, mas, segundo o ex-jogador, isso lhe custava pelo menos 10% quando o assunto era financeiro.
“Eles argumentavam que era porque eu não voava. E eu aceitei isso”, explicou. O temor, inclusive, fez Bergkamp desfalcar a equipe em partidas importantes em torneios europeus, já que os deslocamentos para países como Grécia e Ucrânia se tornavam praticamente inviáveis. E tudo valia a pena para Bergkamp, desde que ele não precisasse entrar em um avião.
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