Diretoria e Carille adotam calma contra erros de arbitragem no Brasileirão
Nesta edição do Campeonato Brasileiro, mais uma vez os erros de arbitragem têm causado revolta de torcedores, jogadores e dirigentes. Entrevistas exaltadas e representações enviadas à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) são algumas das estratégias que os clubes adotam para não serem mais prejudicados. No Corinthians, a regra tem sido outra: evitar o tema.
O próprio técnico Fábio Carille sempre teve como característica pedir para não comentar polêmicas envolvendo decisões da arbitragem após as partidas. Contra o Cruzeiro no último domingo, por exemplo, chegou até a entender o impedimento mal marcado que anulou gol de Balbuena no Mineirão. Essa postura ainda foi reforçada quando o treinador percebeu seu time pilhado demais com os árbitros desde o gol de mão marcado por Jô contra o Vasco da Gama.
Daquele episódio em diante, os atletas passaram a se preocupar demais com a arbitragem e temiam haver pressão contra o Corinthians devido à quantidade de críticas pelo gol irregular validado diante dos cariocas. Esse nervosismo foi traduzido em expulsões e reclamações fora do tom depois da eliminação para o Racing na Copa Sul-Americana. No dia seguinte, Fagner, um dos mais exaltados na Argentina, apresentou discurso mais tranquilo e condizente com a estratégia alvinegra ao longo da temporada.
A única vez em que houve uma reação mais generalizada no clube foi na partida contra o Flamengo, no primeiro turno do Brasileirão. Na ocasião, Jô teve gol anulado por impedimento mesmo estando atrás da linha da bola. O erro fez até com que Carille se manifestasse e com que a diretoria ensaiasse reclamações formais. No Twitter do Timão, foram registradas alfinetadas irônicas pelo equívoco no empate por 1 a 1. Em outros jogos, como os contra Cruzeiro e Coritiba, com impedimentos mal marcados, houve discrição.
Além de manter os nervos do time no lugar em relação à arbitragem, diretoria e Carille também trabalham para que o elenco não se desestabilize com o início irregular do segundo turno. O aproveitamento de pouco mais de 38%, as atuações ruins e a aproximação do Santos, vice-líder com oito pontos a menos, levantaram dúvidas sobre a resistência dos corintianos para sustentar a primeira colocação. Em vez de fazer cobranças duras para tentar um choque ou uma reação imediata dos jogadores, Carille novamente preferiu seguir seus princípios.
Ainda no vestiário do Mineirão, quando o time chegou a três jogos sem vitória na temporada, o treinador pediu a palavra e alertou para a queda de rendimento, mas mostrou confiança no grupo. Pediu que todos descansassem na folga que termina na tarde desta quarta-feira e agora espera deixar seus comandados em melhor estado físico, além de corrigir problemas de posicionamento e encontrar soluções para a má fase do setor ofensivo.
"Faltam 12 rodadas e a gente está com uma vantagem de oito pontos, assim como virou o turno. Pode ser melhor! Se eu estou cobrando e vou ficar falando isso é porque sei e vocês também sabem. Eu nem vou falar de resultado, gosto de falar de desempenho e a gente sabe que pode ser mais. O campeonato vai ser difícil até o fim. Não fica escutando aí fora. Esquece isso. Vamos jogo a jogo", discursou Carille, de forma serena.
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