Estrutura e estabilidade: armas do Londrina, rival do Galo na Primeira Liga
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Se a Primeira Liga não comove muita gente Brasil afora, em Londrina a cidade de cerca de quase 600 mil habitantes (segunda maior do Paraná) vive a expectativa de um título interestadual contra um rival histórico, nesta quarta, 21h45 no Estádio do Café. O Atlético Mineiro faz parte do melhor momento da história do Tubarão, apelido do Londrina EC, que em 1977, no auge do filme de Steven Spielberg, foi semifinalista do Brasileirão e parou no próprio Galo, que seria vice-campeão daquela edição ao perder a final para o São Paulo.
São 40 anos desde aquele encontro e muita coisa aconteceu com o Londrina até essa decisão. Foi campeão da Taça de Prata (equivalente à segunda divisão nacional) em 1980 e ganhou três de seus quatro títulos estaduais (1981, 1992 e 2014), mas também mergulhou no ostracismo perdendo espaço nas divisões nacionais e até frequentou a segunda divisão do Paraná, num processo de quase falência. Quem mudou essa história foi o empresário Sérgio Malucelli.
Em 2011, Malucelli pegou a gestão do futebol do clube, que jogava a segundona paranaense. Subiu em âmbito local e nacional, até chegar à Série B do Brasil em 2016 e quase conquistar o acesso para o Brasileirão – foi sexto colocado a apenas três pontos do Bahia, quarto e último a subir. Malucelli é conhecido por ser amigo do atual técnico do Sport, Vanderlei Luxemburgo, e é também irmão de Marcos Malucelli, ex-presidente do Atlético-PR, e de Joel Malucelli, ex-presidente do Coritiba e dono do antigo Corinthians Paranaense. Sergio comanda também o Iraty, da segunda divisão local.
Com a chance de um título de projeção após eliminar o rival Paraná, Flamengo e Cruzeiro, entre outros, o Londrina tem como segredos dois pontos chaves de causar inveja em qualquer time grande: estrutura e estabilidade. Há 6 anos tem o mesmo técnico, Claudio Tencatti. Conta também com uma estrutura já usada pelo Flamengo, o CT da SM Sports em Londrina.
Sérgio Malucelli vê a final contra o Atlético-MG como a chance de ser falado em todo o Brasil. “Para o Londrina qualquer campeonato é importante. Desde que a gente entrou passou a ser importante. Estamos chegando a final invictos, em cinco jogos, 4 vitórias e um empate. É a volta do Londrina ao mercado”, comentou.
A promessa é chegar à Série A nacional até 2021, quando completa 10 anos na gestão do clube. Malucelli crê que o Tubarão já está pronto para o desafio – ainda que a chance de acesso em 2017 seja remota. “A hora que entrar, vai estar bem preparado. Quando entrar na Série A vai ter que reforçar, mas a base é forte”, comenta.
Na contramão de muitos dirigentes brasileiros, Malucelli segurou Claudio Tencati no comando técnico mesmo em momentos de crise, como na eliminação na Copa do Brasil deste ano para o Gurupi-TO quando a torcida tentou agredir jogadores no aeroporto. “Não tem acordo, é trabalho. Ele vem ganhando títulos, ele começou em 2010 comigo no Iraty. Foi campeão sub-18 e sub-20 no Paranaense. Em 2011 foi campeão da segunda divisão do Paraná, em 2014 da 1ª, subimos no Brasileiro da Série D, C e B e batendo na porta da A. E disputando mais um título da Primeira Liga. E três vezes campeões do interior e vice da Série C do Brasileiro. Não tem o que questionar”, afirma.
Irmão de um desafeto de Mario Celso Petraglia, liderança do Atlético-PR, Sérgio Malucelli também alfinetou o que considera ser uma incoerência do atleticano e do rival Coritiba, que deixaram a Primeira Liga, o que acabou abrindo vaga ao Londrina. “O que o Atlético e o Coritiba sofreram na Primeira Liga é o que nós sofremos com eles no Paranaense. A mesma coisa. Não podem nem reclamar”, diz, para ainda comentar sobre as mazelas do Estadual: “A Primeira Liga foi bem melhor que o Estadual. A cota do Paranaense é muito baixa. Tanto na parte financeira como na divulgação.”
Campeão ou não, o Londrina espera ficar na Primeira Liga como forma de conviver entre grandes até que consiga o acesso. Diante do mistério sobre a continuidade da própria competição em 2018, Malucelli aguarda. “Se houver (nova edição) e formos convidados, seguiremos. Continuar ou não depende deles. Disputar o título já mostra condições”, argumenta, esperando por casa cheia diante do Galo no Estádio do Café.
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