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Sem novo 'caso Ronaldinho': Grêmio e Luan tentam acordo em renovação

Meia-atacante tem contrato até setembro de 2018 e ainda negocia renovação - Lucas Uebel/Grêmio
Meia-atacante tem contrato até setembro de 2018 e ainda negocia renovação Imagem: Lucas Uebel/Grêmio

Jeremias Wernek e Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

04/10/2017 04h00

Grêmio e Luan querem renovar contrato, mas o novo acordo está longe de ser fechado. Depois de voltarem a conversar sobre a ampliação do vínculo, os dois lados entendem que há divergência nos termos para uma prorrogação. Diante do impasse, o UOL Esporte mostra alguns dos elementos que compõem o novo capítulo envolvendo clube e jogador.

Luan tem contrato até setembro de 2018 e, por lei, pode assinar pré-contrato com qualquer outro clube a partir de março. O jogador, no entanto, já declarou publicamente e reiterou aos dirigentes do Grêmio que não deixará o clube assim. Um novo ‘caso Ronaldinho Gaúcho’, que deixou o clube sem custos em 2001, para ir ao PSG, é descartado por completo.

Novos personagens

Passada a janela de transferências europeia, quando o Spartak Moscou fez duas propostas a Luan e a Sampdoria também apresentou oferta, o Grêmio mudou os seus interlocutores com o estafe do jogador. Agora, o empresário Jair Peixoto conversa com André Zanotta, diretor executivo de futebol, e Carlos Amodeu, CEO do clube gaúcho.

Foram os dois, Zanotta e Amodeu, que se reuniram com Peixoto dias depois do Grêmio vencer o Botafogo e garantir vaga na semifinal da Copa Libertadores. O encontro não registrou avanço, mas sim novas demandas de ambos os lados. Uma outra rodada de negociação deve ocorrer nos próximos dias.

Salário defasado

Luan, hoje, recebe salário defasado em relação ao seu status no Grêmio. Titular absoluto desde 2015, ele ganhou bônus no ano passado após a conquista da medalha de ouro com a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos. Ainda assim, está bem longe dos atletas com maiores vencimentos no grupo principal do Tricolor gaúcho.

O Grêmio apresentou, em maio, um aumento de três vezes no valor do salário em vigor. De lá para cá, Luan foi convocado por Tite para a seleção brasileira principal e recebeu ofertas reais da Europa. O entendimento, portanto, é que a cifra tem de ser reajustada.

A ideia é que Luan receba de acordo com o status que tem no clube: peça-chave dentro do time, comparado a Messi por Renato Gaúcho e definido como melhor jogador em atividade no Brasil, também de acordo com o treinador.

Multa rescisória. Ainda

Na rodada anterior de negociação houve acerto salarial, mas o valor da multa rescisória foi apontado como empecilho. O entrave fez com que a renovação ficasse parada até o fim da janela de transferências na Europa. Agora, o tema volta à mesa.

O Grêmio mantém a ideia de que a cláusula precisa ser de 25 milhões de euros (R$ 92,2 milhões na cotação atual). O estafe de Luan defende que o item fique no máximo em 20 milhões de euros (R$ 73,7 milhões). E usa como argumento até a idade do jogador, que completará 25 anos em 2018 e assim ficará mais longe de negócios com clubes de primeira linha da Europa.

Sem pré-contrato

Luan disse publicamente, após o jogo entre Brasil e Equador, em Porto Alegre, que não vai deixar o Grêmio por meio de pré-contrato. A posição do jogador gerou alívio aos dirigentes, mas também serviu para atar mais os nós da negociação.

A interpretação dos representantes de Luan é de que a atual oferta de renovação é muito mais satisfatória ao Grêmio do que ao jogador, por envolver extensão de dois anos, multa rescisória alta e salário abaixo do status atribuído ao jogador. O plano é procurar um meio-termo, sobretudo nos temas multa rescisória e ordenado.

Tratamento diferenciado

Nas últimas semanas o Grêmio renovou com Léo Moura, Rafael Thyere e avançou em acordo com Arthur. Também abriu tratativas com Fernandinho, Bruno Cortez e consultou Barrios. Luan ficou ao lado e, para alguns dos envolvidos na operação, o tratamento deveria ser diferente. A diretoria justifica com o padrão diferente de investimento.

Luan e Grêmio entraram no estágio atual de negociação há dez meses e, desde então, houve avanços e retrocessos. A janela europeia gerou desgaste, mas o tratamento com o jogador não mudou. O que se alterou foi a ordem da renovação na fila de contratos, o que gerou uma ponta de insatisfação.

O Grêmio, por sua vez, mantém a postura de otimismo por um desfecho positivo. E indica que irá majorar a oferta a ser apresentada no próximo encontro. O Tricolor tem evitado falar publicamente sobre novos detalhes das tratativas com intuito de não gerar mais desconforto. A diretoria e o empresário Jair Peixoto deverão se encontrar nos próximos dias em busca de acordo.