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Gol fantasma, gandula atrevido e vexame americano. Teve de tudo na Concacaf

Ashley Allen/AFP
Imagem: Ashley Allen/AFP

Do UOL, em São Paulo

11/10/2017 09h44

A rodada sul-americana monopolizou grande parte da atenção da noite decisiva das Eliminatórias na última terça-feira, mas os jogos da Concacaf não deveram em nada em emoção e repercussão. E principalmente em polêmica.

O vexame dos Estados Unidos, que ficou fora da Copa depois de perder do eliminado Trinidad e Tobago por 2 a 1, teve seu desenlace mais dramático em outro local: No estádio Rommel Fernandéz, onde um "gol fantasma" ajudou na classificação inédita panamenha para Copa do Mundo.

O time da casa perdia por 1 a 0 para a Costa Rica, resultado que, combinado com a vitória de Honduras por 3 a 2 sobre o México, deixaria os Estados Unidos com a vaga do continente na repescagem. Mas uma bola alçada na área aos sete minutos do segundo tempo começou a mudar a história, em um lance que ficará marcado assim como o gol de mão de Thierry Henry contra a Irlanda que garantiu a França na Copa de 2010.

Só que desta vez a bola não entrou. Em um inacreditável bate e rebate na área, Gabriel Torres conseguiu, caído, tocar com o ombro em direção ao gol. A bola caprichosamente bateu na trave e voltou ao seu corpo antes de novamente triscar a meta e praticamente parar na linha de gol. Na sequência, o zagueiro costarriquenho conseguiu afastar e fica claro que a saída pela linha de fundo, como mostra a sequência de imagens abaixo.

Gol fantasma 1 - reprodução - reprodução
Imagem: reprodução
Gol fantasma 2 - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução
Gol fantasma 3 - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

O gol ainda não garantia a passagem do Panamá para o Mundial, mas mudou a sorte do jogo. O gol decisivo veio apenas aos 42 minutos do segundo tempo, com Roman Torres, desta vez sem polêmica. Mas ainda com emoção nos minutos finais.

Tanto que até o gandula resolveu ajudar na classificação. Em um lance que viralizou na internet, um panamenho resolveu deixar de lado a sua função e deu lima bica na bola enquanto um costarriquenho se preparava para cobrar um lateral. Como um legítimo zagueiro, fez cera e ajudou a afastar o perigo de uma nova reviravolta.

Gol fantasma sela vexame americano

O gol panamenho logo foi apelidado de “fantasma” pela imprensa americana. O jornal “Usa Today” foi mais crítico. “O futebol é um grande jogo. Realmente grande, bonito, encantador. Mas a situação da arbitragem é uma bagunça”, diz um texto publicado no site do diário.

Lance, porém, que não amenizou a decepção americana pelo vexame. Os jornais do país deram grande destaque à ausência de uma Copa, o que não acontecia desde 1986. O técnico Bruce Arena foi direto e não buscou culpados para a derrota. Bastava um empate para os Estados Unidos.

"Não nos classificamos para a Copa do Mundo. Esse era o meu trabalho, classificar para o Mundial. Este jogo na minha opinião estava perfeitamente posicionado para a equipe dos EUA e nós falhamos. Não temos desculpas. Nós falhamos hoje. Nós deveríamos ter conquistado ao menos um ponto", disse.

Destaque dos Estados Unidos na última Copa do Mundo, desta vez Howard deixou o campo como um dos vilões. No primeiro gol, o arqueiro estava adiantado e foi encoberto por uma pixotada do zagueiro Omar Gonzalez, contra. No segundo, aceitou um chute de longa distância de Alvin Jones.

E as emoções da Concacaf não pararam por aí. Classificada para a repescagem, Honduras perdia por 2 a 1 do México até os 8 minutos do segundo tempo, quando o goleiro Ochoa acabou colaborando. Com uma boa dose de azar e colaboração da zaga, é verdade. Uma bola perdida no bico da grande área gerou um lance que parecia ter finalizado com um chute na trave do atacante hondurenho. Mas caprichosamente ela bateu na cabeça de Ochoa e entrou. Quioto conseguiu a virada sete minutos mais tarde em um jogo que ainda teve inúmeras invasões de campo antes do apito final.