Jornais de Barcelona destacam expulsão de Neymar: "perdeu os nervos"
Neymar deixou Barcelona, mas parece que Barcelona não deixou Neymar. Neste domingo, os dois principais jornais esportivos locais deram amplo destaque à primeira expulsão do brasileiro com a camisa do Paris Saint-Germain, no empate por 2 a 2 com o Olympique de Marselha.
O "Sport", por exemplo, destacou o lance em sua manchete – mesmo com o Real Madrid tendo jogado no mesmo horário pelo Campeonato Espanhol (venceu o Eibar). Segundo o diário, o camisa 10 “caiu na provocação dos adversários” em uma noite em que também “sofreu com a pressão da torcida”.
Neymar de fato enfrentou um clima hostil no Vélodrome. Vaiado pela torcida, não teve paz nem na hora de cobrar escanteios – torcedores lançaram objetos contra ele, num autêntico clima de Libertadores.
Com a bola rolando, o brasileiro fez o primeiro gol do PSG, depois de o compatriota Luiz Gustavo ter aberto o placar para os donos da casa. No fim do segundo tempo, porém, o atacante levou amarelo por reclamação e logo depois, aos 43 minutos, foi novamente advertido ao dar uma peitada no argentino Ocampos, que o pegou sem bola. Foi o sexto vermelho de sua carreira.
Para o Sport, “Neymar afundou aos poucos” e “cavou sua própria tumba” no Vélodrome, local do qual “demorará para se esquecer”. Sobre o lance da expulsão, o jornal escreve que o brasileiro “caiu na armadilha de Ocampos, que o perseguiu até derrubá-lo e irritá-lo e conseguiu seu objetivo”.
Já o "Mundo Deportivo", também de Barcelona, publicou que o ex-jogador do time catalão “fez um gol, mas, impotente ao não conseguir mostrar o futebol que lhe é habitual, perdeu os nervos e acabou expulso ao levar dois cartões em dois minutos”.
O diário afirma ainda que “o futebol é caprichoso”, uma vez que coube a Cavani, cobrando falta, a missão de salvar o PSG da derrota, já nos acréscimos – o uruguaio e o brasileiro entraram em conflito recentemente para definir quem seria o responsável pelas bolas paradas do time da capital francesa.
As publicações também observaram que a reação do jogador ao levar o vermelho (sorriu e aplaudiu o árbitro ironicamente) foi muito semelhante à sua última expulsão, no mês de abril, quando defendia o Barcelona contra o Málaga.
Em Madri, os jornais "Marca" e "As" também repercutiram a expulsão de Neymar, mas com bem menos profundidade que a imprensa catalã. O primeiro classificou o vermelho como “a primeira confusão” do camisa 10 na França.
Por falar em França, as publicações locais "L’Equipe" e "France Football" abordaram a expulsão do brasileiro sem criticá-lo. Além deles, o "Le Monde" também registrou o caso. A primeira classifica o empate do PSG como “um milagre” e fala que o pior da equipe de Unai Emery em campo foi Mbappé. Já a segunda diz que o vermelho foi só parte do “final maluco de partida” e que Neymar foi “atingido por trás e reagiu mal, empurrando o adversário”.
Considerado um dos mais importantes jornais do país, o "Le Monde" disse que o clássico contra o Olympique mostrou que o atacante uruguaio Edinson Cavani "ainda é o [jogador] mais importante do Paris Saint-Germain". O diário escreveu que o gol do jogador não será esquecido tão cedo pelos torcedores do clube da capital.
O diário também mencionou a velha polêmica sobre as cobranças de falta na equipe. Afirmou que o gol que salvou o PSG da derrota lembrou das habilidades de cobrança de falta de Cavani, segundo o "Le Monde", "muito pouco exploradas na sombra de Zlatan Ibrahimovic e depois de Neymar".
O empate nos acréscimos manteve a invencibilidade do PSG no Francês. Líder com 26 pontos, quatro de vantagem para o segundo colocado.
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