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Embaixador russo se reúne com argentinos após EI usar Messi em ameaça

Sampaoli conversa com o embaixador Viktor Koronelli (esq) e com Claudio Tapia (dir) - reprodução/Twitter
Sampaoli conversa com o embaixador Viktor Koronelli (esq) e com Claudio Tapia (dir) Imagem: reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

26/10/2017 18h55

O cartaz feito por um grupo pró-Estado Islâmico (EI), que usa a imagem de Messi para ameaçar a Copa de 2018, parece ter repercutido na Argentina. Nesta quinta-feira (26), o embaixador da Rússia em Buenos Aires visitou o prédio da AFA, a entidade máxima do futebol na Argentina.

O diplomata Viktor Koronelli conversou com o técnico Jorge Sampaoli e com o presidente da AFA, Claudio Tapia. É difícil saber a pauta da reunião, mas os principais jornais da Argentina e da Espanha, como o diário As, indicam que a ameaça pode ter sido discutida.

Wada Messi - reprodução/Intelligence Group - reprodução/Intelligence Group
Imagem: reprodução/Intelligence Group

Há manipulação na foto usada no cartaz do Wada Media Foundation, grupo de terrorismo midiático que apoia o EI: o craque do Barcelona aparece atrás de grades, vestido como prisioneiro e com sangramento em um dos olhos, como se tivesse sido vítima de tortura. Há, ainda, uma ameaça em texto: “vocês estão enfrentando um estado que não tem a palavra ‘fracasso’ em seu dicionário”.

É importante destacar que a Argentina se prepara para disputar dois amistosos na Rússia: o primeiro deles acontece no dia 11 de novembro, contra a seleção da casa, no estádio Luzhniki, em Moscou; o segundo será contra a Nigéria no dia 14.

O cartaz foi publicado nesta terça-feira (24) pelo Intelligence Group, especializado no monitoramento de mensagens ligadas a grupos jihadistas na internet. Apesar do valor simbólico que a Copa do Mundo tem no ocidente, há outro motivo para que as ameaças sejam especificamente direcionadas ao Mundial de 2018.

A Rússia é aliada do governo da Síria no combate ao EI. Outros países também seguem intervindo contra o grupo extremista, como Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, França e Holanda, mas em uma coalizão diferente.

Ameaça - reprodução/Intelligence Group - reprodução/Intelligence Group
Imagem: reprodução/Intelligence Group

Poucos dias antes, na sexta-feira (20), o Wafa Media Foundation já havia criado um cartaz no qual um homem segura um fuzil e observa, de longe, o estádio Luzhniki, de Moscou, que será um dos palcos da Copa e a casa da Argentina no amistoso de 11 de novembro.

Um pouco à direita do homem, está um conjunto de explosivos. “Inimigos de Alá na Rússia, eu juro que o fogo dos mujahidin [combatentes dispostos a sacrificar a própria vida em nome da religião e da promessa de recompensa no paraíso] vai queimá-los. Só esperem”, diz o cartaz.

No início de outubro, o mesmo grupo de propaganda terrorista Wafa publicou um artigo incitando mais ataques de “lobos solitários” no Ocidente, como o tiroteio em massa em Las Vegas, que deixou mais de 500 feridos e 60 mortos, incluindo o atirador.

Mais cedo neste ano, em julho, o Intelligence Group denunciou que o Estado Islâmico estaria planejando ataques terroristas no torneio de tênis de Wimbledon. A ideia seria copiar a estrutura do atentado de 22 de maio, em Manchester, na saída do show da cantora Ariana Grande.